Equipes de busca encontraram, nesta segunda-feira, 16, o gravador de voz da cabine e o gravador de dados de um avião comercial nepalês que caiu na véspera, matando pelo menos 68 das 72 pessoas a bordo. Outras quatro seguem desaparecidas. Este foi o pior acidente aéreo do Nepal em trinta anos.
Os dados da caixa-preta podem ajudar investigadores a determinar o que causou a queda da aeronave Yeti Airlines ATR 72, que ocorreu em meio ao tempo claro e sem tempestades de domingo, pouco antes de pousar na cidade turística de Pokhara.
Ambos os gravadores estavam em boas condições e seriam enviados para análise com base na recomendação do fabricante. De acordo com as regras da aviação internacional, a agência de investigação de acidentes do país onde o avião foi projetado e construído automaticamente faz parte da investigação.
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A fabricante de aviões ATR tem sede na França e os motores da aeronave acidentada foram fabricados no Canadá, pela Pratt & Whitney Canada.
As equipes de resgate vasculharam o desfiladeiro de um rio em busca das caixas pretas e dos quatro passageiros desaparecidos, mais de 24 horas após o acidente. O avião, em um voo programado de Katmandu para Pokhara, porta de entrada para a turística cordilheira de Annapurna, transportava 57 nepaleses, cinco indianos, quatro russos, dois sul-coreanos e uma pessoa cada da Argentina, Irlanda, Austrália e França.
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Minutos antes da aeronave pousar no domingo, o piloto pediu uma mudança de pista, segundo a agência de notícias Reuters.
“A permissão foi concedida. Não perguntamos [por quê], sempre que um piloto pede, damos permissão para mudar a abordagem”, disse um porta-voz do aeroporto de Pokhara, Anup Joshi.
O acidente de domingo destacou a necessidade do governo dividir a Autoridade de Aviação Civil do Nepal (CAAN), que regula as companhias aéreas e administra os aeroportos, disseram especialistas, já que concentrar a regulação e os serviços no mesmo órgão pode gerar conflitos de interesses.
Existem nove companhias aéreas domésticas no Nepal, incluindo Yeti Airlines e seu outro braço, a Tara Air. Os acidentes de avião Yeti e Tara mataram pelo menos 165 pessoas no Nepal desde 2000, de um total de 359, segundo dados da CAAN.
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Outras 75 pessoas morreram em acidentes de helicóptero desde 2000. O Nepal abriga oito das 14 montanhas mais altas do mundo, incluindo o Everest, onde mudanças climáticas repentinas podem criar condições perigosas.
Anju Khatiwada, a co-pilota da aeronave que caiu no domingo 15, perdeu seu marido Dipak Pokhrel em um acidente semelhante em 2006.
O Nepal declarou luto nacional nesta segunda-feira, 16, e criou um painel para investigar o desastre e sugerir medidas para evitar repetições no futuro.