O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira, 14, voltou a criticar os ataques de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza, afirmando que “não se pode matar as crianças para matar o monstro”, uma referência aos milhares de civis mortos em bombardeios cujo alvo são infraestruturas do grupo terrorista. A subida de tom ocorre após o petista receber os 32 brasileiros resgatados do território palestino, quando disse que o exército israelense “também está cometendo vários atos de terrorismo”.
“Não acho correta a resposta de Israel ao ataque terrorista do Hamas. O ataque a crianças e mulheres inocentes se assemelha ao terrorismo. Se eu sei que está cheio de criança em um lugar, pode ter um monstro lá dentro, não se pode matar as crianças para matar o monstro”, escreveu Lula na plataforma X, antigo Twitter.
“A guerra precisa acabar. A gente quer a criação do estado Palestino. A solução de dois estados que o Brasil sempre defendeu”, completou, além de criticar os altos gastos com o conflito, que para ele poderiam ser direcionados ao “combate à fome”.
Quanto dinheiro é jogado fora em uma guerra? Quantas vidas? Quanto uma bomba impacta a questão climática? Temos que garantir a paz e acabar com a fome no mundo, isso sim. Não acho correta a resposta de Israel ao ataque terrorista do Hamas. O ataque as crianças e mulheres…
— Lula (@LulaOficial) November 14, 2023
Na segunda-feira 13, ao receber o grupo de 32 repatriados da Faixa de Gaza, Lula declarou em pronunciamento na Base Aérea de Brasília: “Eu nunca vi uma violência tão brutal, tão desumana, contra inocentes”.
“Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o Estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, que as mulheres não estão em guerra, ao não levar em conta que eles não estão matando soldados, estão matando junto crianças”, continuou. “Já são mais de 5 mil crianças. Tem mais de 1.500 crianças desaparecidas que certamente estão no meio dos escombros.”
Mais cedo, na segunda-feira, o presidente já havia criticado Israel, afirmando que forças israelenses “estão matando inocentes sem nenhum critério” e usando bombas “onde tem criança, onde tem hospital”.