Marilou Danley, namorada de Stephen Paddock, o atirador que matou 58 pessoas e deixou mais de 500 feridas em Las Vegas, afirmou nesta quarta-feira que nunca imaginou que o companheiro poderia ser capaz de cometer um massacre.
“Conheci Stephen Paddock como um homem bondoso, carinhoso e tranquilo”, disse Danley em um comunicado lido por seu advogado. “Ele nunca me disse nada nem tomou nenhuma ação que eu entendesse como uma advertência de que algo horrível como isso pudesse ocorrer”, completou Danley, de origem filipina, que se comprometeu a colaborar com as investigações das autoridades americanas.
Quando o ataque ocorreu, Danley estava fora do país e foi considerada suspeita na investigação. Ela voltou a Las Vegas na terça-feira, antes de ser ouvida por agentes do FBI nesta quarta.
Os investigadores ainda não conseguiram identificar a motivação de Paddock para cometer o massacre.
Danley disse que viajou às Filipinas porque Paddock comprou uma passagem para que ela pudesse visitar sua família. Quando ela chegou ao país, o namorado enviou dinheiro para que ela comprasse uma casa para os parentes. “Eu estava agradecida, mas, honestamente, também estava preocupada que fosse uma forma de romper comigo. Primeiro, pela inesperada viagem para casa, depois pelo dinheiro”, explicou.
“Nunca me ocorreu que ele estava planejando um ato violento”, afirmou Danley no comunicado. “Estou devastada pelas mortes e pelos feridos. Minhas orações são para as vítimas e suas famílias e todos aqueles que foram afetados por esse terrível evento”, concluiu a namorada do atirador.
O ataque
Cerca de 22.000 pessoas assistiam a um show no festival de música country Route 91 Harvest quando Stephen Paddock abriu fogo de um quarto no 32º andar do hotel Mandalay Bay. Os tiros cruzaram a Las Vegas Strip, onde ficam os mais célebres hotéis e cassinos de Las Vegas, até o local do evento. Segundo as autoridades americanas, 58 pessoas morreram e outras 527 ficaram feridas.
Paddock se matou antes de a polícia entrar no quarto de onde ele estava atirando, afirmou o chefe de polícia do condado Clark, Joseph Lombardo, a repórteres. Porém, quando os oficiais ainda se aproximavam do local, o agressor de 64 anos atingiu um policial na perna.
O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo massacre, mas as autoridades americanas expressaram ceticismo em relação à declaração. Segundo o FBI, tudo indica que Paddock não tinha nenhum vínculo com grupos terroristas internacionais.
A polícia de Las Vegas encontrou 23 armas de fogo, incluindo diversas automáticas, e muita munição do quarto de hotel, além de mais armas e explosivos em duas casas e um carro que pertenciam ao aposentado.
(Com EFE)