Durante seu discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, respondeu com força ao discurso de Donald Trump na terça-feira, ao dizer que sua nação não será pressionada por um relativo “novato” no cenário mundial.
Na abertura do evento, na terça, o presidente dos Estados Unidos disse que o grande acordo nuclear assinado com o Irã e outras cinco grandes potências em 2015 “foi um dos piores já assinados” pelos americanos e que é “uma vergonha para o seu país”. O líder afirmou ainda que pode abandonar o pacto se suspeitar que “proporciona uma brecha para uma eventual construção de um programa nuclear” iraniano.
Rouhani garantiu que vai preservar o acordo, sob o qual Teerã concordou em restringir seu programa nuclear por ao menos uma década em troca de alívio de sanções econômicas. “A República Islâmica do Irã não será o primeiro país a violar o acordo”, disse Rouhani, acrescentando que o Irã irá responder “decisivamente e decididamente” à violação de qualquer parte.
“Será uma grande pena se este acordo for destruído por ‘desonestos’ novatos no mundo da política: o mundo terá perdido uma grande oportunidade”, disse em referência a Trump, que na terça-feira chamou o Irã de um país “desonesto”.
Após seu discurso, Rouhani admitiu a repórteres que não acredita que Washington irá deixar o acordo nuclear. “Se autoridades americanas pensam que podem pressionar o Irã ao deixarem o acordo, elas estão cometendo um grande erro”, disse. “Ou o acordo nuclear continua como está ou irá entrar em colapso”. Trump afirmou que já decidiu se abandonará o pacto ou não, porém se negou a detalhar sua decisão.
As autoridades americanas têm opiniões diferentes sobre o acordo nuclear que o Irã assinou com seis grandes potências: Reino Unido, China, França, Alemanha, Rússia e os Estados Unidos.
Na quarta-feira, a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, disse que o discurso de Trump destacou “que ele não está feliz com o acordo”, mas não uma decisão de abandoná-lo. Na noite de terça-feira, no entanto, o secretário de Estado, Rex Tillerson, disse à Fox News que “se vamos manter o acordo iraniano, mudanças precisam ser feitas”.
(Com Reuters)