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Na ONU, Biden acusa Putin de perseguir ‘ambições imperiais’

Raramente um discurso na ONU visa a uma única nação e a um único líder diretamente; luta entre autocracia e democracia é um dos principais temas de Biden

Por Amanda Péchy
Atualizado em 21 set 2022, 16h34 - Publicado em 21 set 2022, 13h03
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  • Poucas horas depois que a Rússia anunciou uma ampliação de seu exército para a guerra na Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, usou praticamente todo o seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas nesta quarta-feira, 21, para atacar Moscou e o presidente Vladimir Putin.

    “Esta guerra é para extinguir o direito da Ucrânia de existir como um Estado”, disse Biden, relatando haver “provas horríveis” de crimes de guerra russos.

    “Se as nações puderem perseguir suas ambições imperiais sem consequências, a ordem pós-II Guerra Mundial desmorona”, acrescentou.

    Biden abordou ainda a ameaça de Putin com o uso de armas nucleares, afirmando que “uma guerra nuclear não pode ser vencida e nunca deve ser travada”. O presidente americano avaliou que Putin fez “ameaças nucleares irresponsáveis” em relação à guerra na Ucrânia.

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    No discurso, o líder da Casa Branca voltou a um dos principais temas de sua presidência: a luta entre autocracia e democracia. Além da Rússia, ele criticou os governos da China, Mianmar e Irã por não respeitarem os direitos humanos.

    Sobre a competição com Pequim, Biden disse: “Não buscamos conflito. Não buscamos uma Guerra Fria”. É uma declaração que ele já fez antes, apesar de seus próprios assessores reconhecerem que, nas disputas com a China e a Rússia, o comportamento se assemelha ao da Guerra Fria.

    O presidente americano disse ainda que os Estados Unidos continuam “comprometidos com sua política de Uma China” quando se trata de Taiwan. Autoridades da Casa Branca insistiram que a política sobre a ilha autônoma não mudou, embora Biden tenha dito explicitamente que soldados americanos defenderão Taiwan se a China fizer um “ataque sem precedentes”.

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    Nessa briga entre democracia e autocracia, ele reconheceu que os Estados Unidos e seus aliados enfrentam desafios para garantir o cumprimento de pactos democráticos em outros países – o que não foi dito é que os próprios americanos estão com dificuldades para continuar como modelo de democracia.

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    Apesar de ter tocado em mais alguns temas, raramente um discurso presidencial nas Nações Unidas visa a uma única nação e a um único líder diretamente, como Biden fez com Putin. A situação que mais se assemelha à vista nesta quarta-feira foi quando o ex-presidente George W. Bush criticou Saddam Hussein e o Iraque, em 2003.

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    O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também discursa nesta quarta com um vídeo pré-gravado. Espera-se que seus comentários renovem seu apelo aos Estados membros para que apoiem a Ucrânia com armas, financiamento e ajuda humanitária. Ele também deve retornar a causas como a defesa da liberdade, soberania e democracia.

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    Embora a guerra seja o foco central de muitos discursos na Assembleia Geral, questões como as crises alimentar e energética e as mudanças climáticas também estiveram na agenda.

    Biden comemorou a renovada liderança dos Estados Unidos na área de mudanças climáticas, incluindo o pacote de US$ 370 bilhões para reduzir as emissões de combustíveis fósseis – uma lei que Biden assinou no mês passado.

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