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Na Europa, Xi tenta dissipar acusações de apoio à Rússia na guerra

Tensões cresceram depois que China se recusou a condenar a invasão russa à Ucrânia e ajudou país a burlar sanções aplicadas por autoridades ocidentais

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 13h54 - Publicado em 7 Maio 2024, 17h08
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  • Em reuniões com líderes europeus durante uma visita de seis dias ao continente pela primeira vez em cinco anos, o presidente da China, Xi Jinping, rejeitou nesta terça-feira, 7, acusações de que o governo de Pequim estaria apoiando a Rússia na guerra na Ucrânia.

    As tensões, estimuladas por preocupações sobre a proximidade entre Pequim e Moscou, cresceram depois que o governo da China se recusou a condenar a invasão russa à Ucrânia e ajudou o país a burlar algumas sanções aplicadas por autoridades ocidentais.

    “A China não é a criadora da crise, nem é parte ou participante dela. Mas também não somos espectadores, sempre contribuímos ativamente para alcançar a paz”, afirmou Xi durante coletiva ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris. “Também nos opomos a usar a crise na Ucrânia para se livrar de responsabilidades ou difamar um terceiro país e provocar uma nova Guerra Fria”.

    Desde o início da guerra na Ucrânia, Pequim e Moscou estreitaram suas relações e Macron pretende persuadir o presidente chinês a se posicionar em relação à guerra e se envolver nos esforços pela paz na região. O presidente francês está cada vez mais firme em sua oposição à Rússia e chegou a sugerir que estaria disposto a enviar soldados para defender Kiev.

    “Devemos continuar tentando envolver a China, que é objetivamente o ator internacional com maior influência sobre Moscou”, disse uma fonte diplomática ao jornal francês Le Monde.

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    A visita do líder a Europa é vista como uma oportunidade de Xi apresentar sua própria narrativa sobre o país e o papel que ele desenvolve no conflito que se desenrola na Europa há dois anos. No momento, algumas autoridades dos Estados Unidos levantaram preocupações sobre a dupla utilização de alguns materiais exportados da China para Rússia que permitiria o país expandir a base industrial de defesa ao mesmo tempo que as forças russas continuam com o ataque a Ucrânia.

    Segundo os Estados Unidos, a China estaria fornecendo uma quantidade significativa de máquinas, motores, drones e tecnologia para mísseis de cruzeiro utilizados pela Rússia para fabricar propulsores para armas. Em resposta, Pequim afirmou que a troca fazia parte dos laços bilaterais normais e que não fornece armas a nenhum dos lados do conflito.

    Apelo de paz

    Além de se reunir com Macron, Xi também se encontrou com outras autoridades, como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Depois, Xi desembarcará em Belgrado para um encontro com o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, no 25º aniversário do bombardeio da Otan à embaixada da China no país, que deixou três pessoas mortas. Washington afirma que o ataque foi, na verdade, um acidente.

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    Desde o bombardeio, a China aumentou significantemente seus investimentos na Sérvia, que não é membro da União Europeia, e mantém uma relação firme com a nação do Leste Europeu.

    Na quarta-feira, 8, o presidente chinês viajará para Budapeste, onde encontrará o presidente húngaro, Viktor Orban. Os dois devem discutir os progressos da construção da ferrovia de alta velocidade entre Budapeste e Belgrado.

    A Hungria assinou recentemente um acordo de cooperação em segurança com a China, que permite que policiais chineses trabalhem em áreas do país onde há grande presença de população chinesa, ou regiões populares entre os chineses. O presidente húngaro é um dos maiores apoiadores da Rússia na União Europeia e os laços entre os dois países preocupam o bloco.

     

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