Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Na China, cidade de Guangzhou suspende restrições da Covid após protestos

A polícia ainda procura por manifestantes em outras cidades, enquanto o principal órgão de segurança do país pede repressão às 'forças hostis'

Por Amanda Péchy 30 nov 2022, 09h44
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Protesters march along a street during a rally for the victims of a deadly fire as well as a protest against China's harsh Covid-19 restrictions in Beijing on November 28, 2022. - A deadly fire on November 24, 2022 in Urumqi, the capital of northwest China's Xinjiang region, has become a fresh catalyst for public anger, with many blaming Covid lockdowns for hampering rescue efforts, as hundreds of people took to the streets in China's major cities on November 27, 2022 to protest against the country's zero-Covid policy in a rare outpouring of public anger against the state. Authorities deny the claims. (Photo by Noel CELIS / AFP)
    Manifestantes marcham nas ruas de Pequim contra a dura política de Covid Zero na China. 28/11/2022 - (Noel Celis/AFP)

    A cidade chinesa de Guangzhou suspendeu suas restrições contra a Covid-19 nesta quarta-feira, 30, depois de um embate entre manifestantes e a polícia na noite de terça-feira. Em outras cidades, no entanto, a polícia continua atrás de participantes dos protestos, e o principal órgão de segurança da China pediu uma repressão às “forças hostis”.

    Autoridades anunciaram repentinamente o fim do lockdown em cerca de metade dos distritos de Guangzhou. Anúncios oficiais disseram às autoridades locais para remover “ordens de controle temporário” e reclassificar áreas como “baixo risco”. Eles também anunciaram o fim dos testes de PCR em massa.

    A flexibilização das restrições, que ocorreu apesar do aumento de infecções (a cidade registrou quase 7 mil casos de Covid-19 na terça-feira), não se estendeu a todos os distritos. Algumas áreas, incluindo partes de Haizhu, onde os manifestantes brigaram com a polícia na noite de terça-feira, permaneceram sob restrições. Vídeos mostraram agentes de segurança, usando trajes de proteção, formando fileiras sob escudos policiais, para abrir caminho por uma rua cheia.

    Continua após a publicidade

    Alguns manifestantes jogaram objetos contra a polícia e, mais tarde, quase uma dúzia de homens foram filmados sendo levados com as mãos amarradas.

    Haizhu, um distrito de mais de 1,8 milhão de pessoas, é a fonte da maior parte dos casos de Covid-19 em Guangzhou. Grande parte da área está sob lockdown desde o final de outubro.

    + Sofrendo com Covid, China censura imagens de pessoas sem máscara na Copa

    Comoção internacional

    Após dias de raros protestos no país, contra a rígida política conhecida como Covid Zero, os Estados Unidos e o Canadá pediram que o governo não prejudique ou intimide os manifestantes.

    Na terça-feira, o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que país defendia manifestantes pacíficos. “Não queremos ver manifestantes fisicamente prejudicados, intimidados ou coagidos de qualquer forma. É disso que se trata o protesto pacífico e é isso que continuamos defendendo, seja na China, no Irã ou em qualquer outro lugar do mundo”, disse ele à CNN.

    O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse na terça-feira que todos na China deveriam poder protestar e desfrutar da liberdade de expressão, e que os canadenses estavam acompanhando de perto os protestos contra a política de Covid Zero do país.

    Continua após a publicidade

    “Todos na China devem ter permissão para se expressar, devem ter permissão para compartilhar suas perspectivas e, de fato, protestar”, disse Trudeau. “Vamos continuar a garantir que a China saiba que defenderemos os direitos humanos, apoiaremos as pessoas que estão se expressando.”

    + Na China, papel em branco vira símbolo de protestos para evitar repressão

    Crise política

    O descontentamento com a rigorosa estratégia de prevenção da Covid-19 na China, três anos após o início da pandemia, gerou protestos em cidades de todo o país, na maior onda de desobediência civil desde que o líder do país, Xi Jinping, assumiu o poder há uma década.

    Continua após a publicidade

    Segundo a agência de notícias Reuters, as autoridades chinesas estão procurado pessoas que protestaram durante o último fim de semana. São se sabe o número de detidos nas manifestações.

    O Ministério das Relações Exteriores chinês defendeu que direitos e liberdades devem ser exercidos dentro da estrutura da lei.

    Na terça-feira, a China suspendeu aulas em universidades e inundou as ruas com policiais, na tentativa de dispersar os protestos. Em um aparente esforço para combater o descontentamento da população, autoridades também anunciaram planos para intensificar a vacinação de idosos.

    Continua após a publicidade

    + Manifestantes pedem liberdade em protestos contra lockdown na China

    A medida é essencial para flexibilizar as restrições, mantendo o número de mortes em baixa e sem sobrecarregar o sistema de saúde. A população do país quase não desenvolveu imunidade natural à Covid-19, devido aos constantes lockdowns, e a China ainda não aprovou vacinas de mRNA, comprovadamente mais eficazes, para uso público.

    Autoridades de saúde disseram na terça-feira que a China responderia às “preocupações urgentes” levantadas pelo público e que as regras da Covid-19 deveriam ser implementadas com mais flexibilidade, de acordo com as condições de cada região.

    Continua após a publicidade

    + Após incêndio que matou 10 pessoas, cidades da China registram protestos

    Os protestos, contudo, levantaram preocupações na cúpula do Partido Comunista Chinês. A comissão que supervisiona toda a aplicação da lei doméstica na China se reuniu nesta terça-feira, e seus membros culparam a “infiltração e sabotagem” por “forças hostis” e pediram uma repressão, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    3 meses por 12,00
    (equivalente a 4,00/mês)

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.