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Mudança climática ameaça Índia a ter regiões inabitáveis

Com ondas de calor cada mais frequentes e duradouras, país sofre cada vez mais o desabastecimento de água

Por Da Redação
4 jul 2019, 19h01
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  • Com temperaturas acima dos 45 graus, que provocou a morte de mais de 100 pessoas, a Índia registrou a pior e uma das mais longas ondas de calor de sua história neste ano. A situação, porém, tende a piorar nos próximos anos, com a escassez de água afligindo 100 milhões de pessoas no país.

    Estudo conduzido pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), prevê que, se os níveis de emissão de carbono não diminuírem, partes da Índia se tornarão tão quentes que nenhum ser humano conseguirá viver. Essas regiões estão condenadas a se tornarem inabitáveis.

    As ondas de calor na Índia ocorrem normalmente entre março e julho e diminuem sua intensidade quando as chuvas chegam, em geral em fortes tormentas. Porém, nos últimos anos, o aumento da temperatura nesse período tornou-se tornar mais intenso e mais frequente e a resistir por um período mais longo.

    Para tentar minimizar as mortes, o governo indiano proibiu o trabalho ao ar livre durante a maior parte do dia, cancelou aulas e, em alguns lugares do país, foi instaurado uma espécie de toque de recolher nas horas mais quentes.

    Enquanto a temperatura aumenta e as chuvas não chegam, outro problema começa a afetar o cotidiano em grandes cidades indianas: a falta de água potável, comum nas regiões mais remotas do país.

    Outra pesquisa, de um think-tank controlado pelo governo, divulgada em 2018, mostra que no ano que vem 21 cidades estão ameaçadas com a falta de água, afetando cerca de 100 milhões de pessoas.

    Seca na Índia
    Mulheres buscam água em poça de água escavada no meio de um lago que secou em Chennai – 11/06/2016 (P. Ravikumar/Reuters)

    O cenário desenhado por essas pesquisas começou a se tornar realidade em junho deste ano, quando a Comissão Central de Águas disse que cerca de dois terços dos reservatórios de água no país estão abaixo do nível desejado. Os lençóis freáticos, que correspondem a 40% da água potável no país, estão quase secos devido a demora das chuvas.

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    Como resposta, o recém reeleito primeiro-ministro Narendra Modi, que tem como uma de suas promessas de campanha prover saneamento básico a toda população rural até 2024, criou um ministério para supervisionar a distribuição de água. Também se empenha para honrar os compromissos do país no Acordo de Paris sobre Mudança Climática. A Índia colocou como meta a redução na emissão de carbono, até 2035, entre 33% e 35% abaixo dos níveis registrados em 2005.

    No mês passado, o governo indiano anunciou o plano de aumentar a produção de energia renovável em até 500 gigawatts até 2030,  correspondendo a 40% da energia produzida no país. A Índia também planeja o reflorestamento para diminuir os níveis de carbono na atmosfera.

     

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