A motosserra de Javier Milei avança sobre o funcionarismo público argentino. Três dias depois de o presidente anunciar o fechamento da Télam, a agência pública de notícias da Argentina, a página da empresa na internet foi desabilitada na noite de domingo, 3, e os funcionários foram dispensados de suas funções por um prazo de sete dias.
Na página principal do site, no qual era acessado o serviço oferecido pela agência, uma das maiores da América Latina, aparece agora um brasão nacional e a frase “Página em reconstrução”. Não é possível visualizar conteúdos publicados anteriormente, como milhares de textos, fotografias e material multimídia.
Segundo o porta-voz do governo argentino, Manuel Ardoni, a dispensa temporária dos funcionários se dá “enquanto avançamos com o plano de fechamento da agência estatal”.
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Criada há 78 anos, a Télam conta com mais de 700 funcionários e é a única agência de notícias com correspondentes em todas as províncias argentinas. O veículo de comunicação também conta com parcerias com instituições internacionais, como a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que faz parte da Agência Brasil.
Depois que Milei anunciou o fechamento da Télam, na sexta-feira, trabalhadores convocaram um protesto no prédio da agência, marcado para esta segunda-feira. No entanto, policiais anteciparam o ato e cercaram o prédio.
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O governo afirma que a instituição “tem sido usada nas últimas décadas como uma agência de propaganda kirchnerista”, ala ligada à ex-presidente Cristina Kirchner. A justificativa foi a mesma usada no governo de Mauricio Macri, quando em 2018 foram ordenadas 357 demissões no órgão, muitas delas posteriormente revertidas pela Justiça.