Uma nova escalada de violência na fronteira do Brasil com a Venezuela em Pacaraima (RR) foi evitada nesta segunda-feira, 25, pela ação da Força Nacional, do Exército e da Policia Rodoviária Federal brasileiros. Manifestantes venezuelanos que exigem o ingresso da ajuda humanitária brasileira e americana em seu país mais uma vez tentaram entrar em confronto com soldados da Guarda Nacional Bolivariana (GNB). Mas houve momentos de tensão.
No fim de semana, o quadro foi preocupante. Venezuelanos no lado brasileiro da fronteira arremessaram pedras na direção de soldados da GNB, que revidaram. Bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo foram lançadas por eles para o lado do Brasil.
A estratégia montada pelas Forças brasileiras na tarde de domingo 24 funcionou e foi repetida nesta segunda-feira. A fronteira brasileira ficou aberta, mas uma linha de segurança impediu a aproximação de manifestantes que queriam se aproximar dos soldados da GNB. Outros tentaram baixar a bandeira venezuelana para hastear outra, que trazia em azul as palavras “paz” e “liberdade”.
Dissuadidos pelos militares brasileiros, muitos dos manifestantes subiram um morro na lateral da fronteira e se armaram mais uma vez com pedras. Alguns chegaram a atirá-las. Mas, dessa vez, não houve revide.
A GNB trouxe um caminhão da tropa de choque para a área próxima da fronteira, que permaneceu apenas em observação. Antes, militares brasileiros desmobilizaram os protestos e acalmaram os ânimos no novo perímetro de segurança. O Palácio do Planalto já havia avisado que não adotaria nenhuma medida de força na região, a não ser que o país fosse agredido.
No fim de semana, os soldados da GNB mataram e feriram civis venezuelanos na região de fronteira com o Brasil, muitos dos quais transferidos para tratamento em Boa Vista (RR). Em Santa Elena de Uairén, cidade a 15 quilômetros de Pacaraima, foram registradas a morte de 25 pessoas desde a última sexta-feira, de acordo com relato de Emilio González, prefeito de Gran Sabana. Outras 84 foram feridas.
Na sexta-feira, os hospitais de Roraima já haviam recebido manifestantes da comunidade indígena de Kumarakapai, do lado venezuelano, a cerca de 80 quilômetros de Pacaraima. Eles foram feridos por tropas da GNB quando protestavam em favor do fim do bloqueio na fronteira com o Brasil e do ingresso da ajuda humanitária.