O presidente da Argentina, Javier Milei, vai viajar neste sábado, 6, para Balneário Camboriú para participar da Conferência Política de Ação Conservadora (CPCAC), um fórum conservador, a convite da família Bolsonaro. O evento é o mesmo que o mandatário argentino foi em fevereiro para os Estados Unidos, quando se encontrou com o ex-líder americano, Donald Trump, a quem desejou vitória na atual eleições presidenciais.
A participação de Milei na conferência foi confirmada pelo porta-voz presidencial, Manuel Adorni. A sua presença no fórum conservador se contrapõe com a ausência prevista na Cúpula do Mercosul no dia 8 de julho em Assunção, no Paraguai. Eduardo Bolsonaro escreveu na plataforma X, antigo Twitter, que Milei fará uma reunião bilateral com o ex-presidente, Jair Bolsonaro. Já Luiz Inácio Lula da Silva nunca se encontrou diretamente com o presidente da Argentina.
🇦🇷Falei agora com o Presidente da Argentina @JMilei que confirmou a vinda ao CPAC Brasil @cpacbrasil , que ocorrerá no Expo Centro de Balneário Camboriu-SC, 6 e 7/JUL.
Trata-se do maior encontro de conservadores de toda a história da Am. Latina.
Além de palestrar ele também… pic.twitter.com/25rUQ7lT6I
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) July 1, 2024
Durantes as eleições presidenciais argentinas, a família Bolsonaro apoiou a candidatura de Milei e mantiveram reuniões presenciais e virtuais no período. Além disso, o mandatário argentino também convidou Jair Bolsonaro para sua cerimônia de posse. Enquanto isso, Lula apoiou o ex-ministro da Economia, o peronista Sergio Massa, no pleito e não compareceu à posse de Milei.
Relações prejudicadas
Depois de uma melhora de relacionamento entre Brasil e Argentina, o encontro de Milei com Bolsonaro e a ausência do mandatário na cúpula do Mercosul pode representar uma piora das relações bilaterais entre os dois países. Na semana passada, Lula cobrou um pedido de desculpas do argentino por falar “muita bobagem”.
Em uma declaração em entrevista ao UOL sobre a repatriação de 180 brasileiros foragidos por envolvimento nos atos terroristas do dia 8 de janeiro de 2023, Lula afirmou que tenta lidar com a situação da “forma mais diplomática possível”, mas que ainda não tinha conversado com Milei porque ele deveria pedir “desculpas ao Brasil e a mim”.
Em resposta, o argentino se recusou a pedir perdão ao homólogo brasileiro e o descreveu como um “canhoto” com “ego inflado”. O imbróglio ocorreu após a Polícia Federal pedir a extradição de foragidos do ataque de 8 de Janeiro que pediram asilo político a Argentina.