O mandatário da Argentina, Javier Milei, viajou nesta quinta-feira, 11, para os Estados Unidos pela quinta vez desde que assumiu presidência para participar de uma cimeira de bilionários em Idaho. Milei viajou acompanhado de sua irmã e Secretária da Presidência, Karina Milei, o ministro da Economia, Luis Caputo, e seu principal assessor econômico, Damián Reidel, em um avião privado, já que o presidencial está retido para uma inspeção técnica.
“Vou me encontrar com os maiores empresários do mundo”, comentou Milei antes de embarcar.
O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, afirmou que as reuniões com os empresários devem começar nesta sexta-feira, 12. Já no sábado, o mandatário vai fazer um discurso de 25 minutos na conferência anual em Sun Valley, conhecida por ser o “acampamento de verão bilionário”.
O evento é organizado há 40 anos pelo banco de investimentos Allen & Company e conta com a presença dos empresários mais ricos e influentes do mundo, além de personalidades da mídia e da política. Neste ano, figuras como os CEOs da OpenAI, Sam Altman, da Meta, Mark Zuckerberg, da Apple, Tim Cook, e da Disney, Bob Iger, estarão presentes.
Desde que Milei se tornou presidente, os EUA têm sido seu destino preferido, quebrando, assim, a tradição da política externa da Argentina de manter uma relação equilibrada tanto com Washington quanto com Pequim. Anteriormente, o ultradireitista viajou para a capital americana, passando por Los Angeles, Austin, Miami e São Francisco – em nenhuma dessas viagens houve um encontro com seu homólogo americano, Joe Biden.
Sequência de viagens ao exterior
O evento em Idaho marca o segundo fim de semana que o argentino vai estar fora do país para participar de eventos privados. No anterior, Milei esteve presente na Conferência Política de Ação Conservadora em Balneário Camboriú, onde se reuniu com figuras conservadoras e de direita, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro. Na viagem, o argentino se encontrou com empresários da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e teve uma reunião bilateral com Bolsonaro, mas não se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As primeiras cinco viagens do argentino ao exterior foram feitas em voos regulares e custaram cerca de US$ 175 mil. Em maio, Milei começou a usar o avião presidencial por motivos de segurança, aumentando os gastos – sua viagem a Madri para participar do comício do partido de extrema-direita espanhol Vox custou quase US$ 160 mil. Além dos altos valores, a ida à capital espanhola originou uma crise diplomática entre os dois países depois de Milei chamar a primeira-dama, Begoña Gómez, de “corrupta”, durante a solenidade conservadora. Na época, a mulher do premiê espanhol era alvo de uma investigação de corrupção.