A fundadora de um grupo de 600 famílias em busca de parentes desparecidos no México foi morta por atiradores no violento Estado de Tamaulipas, confirmaram nesta sexta-feira autoridades locais. Miriam Rodríguez Martínez ficou conhecida por investigar e descobrir informações cruciais sobre o assassinato de sua filha pelo cartel de drogas Zetas, em 2012.
Martínez foi baleada em sua casa e morreu a caminho do hospital, na última quarta-feira, Dia das Mães no país. Sua morte foi condenada pela Comissão Nacional de Direitos Humanos do México (CNDH), que acusa o governo de falhar em proteger a população e militantes da causa humanitária. O procurador estadual Irving Barrios disse em coletiva que a segurança de Martínez era controlada pela polícia e que oficiais faziam rondas em sua casa três vezes ao dia, afirmação questionada por familiares.
Karen Alejandra passou dois anos desparecida, após ser sequestrada pelo cartel. Graças à incessante investigação da mãe, seu corpo foi encontrado em uma vala clandestina e nove pessoas ligadas ao assassinato foram presas. Segundo a rede BBC, Martínez também frustrou uma tentativa de sequestro de seu marido quando seguiu os criminosos no próprio carro, enquanto avisava o exército.
De acordo com a CNDH, mais de 100.000 pessoas morreram em casos de violência relacionados ao tráfico de drogas na última década no México. O número de desaparecidos em circunstâncias suspeitas, casos muitas vezes ligados a cartéis, era de 30.000 em 2016. Tumaulipas tem o índice mais alto do país, com 5.563.