Metade da população de Kiev fugiu desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, afirmou nesta quinta-feira, 10, o prefeito da capital ucraniana, Vitali Klitschko.
“De acordo com nossos dados, um em cada dois habitantes de Kiev deixou a cidade. Hoje, temos pouco menos de 2 milhões de pessoas”, disse a emissoras de TV ucranianas, acrescentando que a capital “se transformou em uma fortaleza”.
“Cada rua, cada edifício, cada posto de controle virou uma fortaleza”, acrescentou.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas, mais de 2,3 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia nas últimas duas semanas, com a maioria seguindo para a Polônia.
Nos últimos dias, o alto comissário da ONU para refugiados, Filippo Grandi, visitou países que têm recebido cidadãos ucranianos, como Polônia, Romênia e Moldávia. Ele comparou o atual momento com as guerras dos Bálcãs, nos anos 1990, que provocaram um fluxo de refugiados entre 2 e 3 milhões de pessoas, mas em um período de oito anos.
“Em outras regiões do mundo, sim, observamos este cenário, mas na Europa é a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial”, disse.
As forças russas seguem em direção a Kiev em várias frentes e sirenes para alertar contra ataques aéreos foram ouvidas em algumas regiões da capital na quarta-feira. No entanto, combates intensos ao redor da cidade têm retardado o avanço das tropas.
Na quarta-feira, a ONU elevou para 516 o número de civis mortos na Ucrânia desde o início da invasão, incluindo 37 crianças. Os números reais, no entanto, podem ser “consideravelmente maiores”, já que relatórios de autoridades locais costumam ser enviados com certo atraso.
A maioria das mortes, segundo a organização, foi causada por armas explosivas, incluindo bombardeios, mísseis e ataques aéreos.