O líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, teve suas contas removidas no Facebook e Instagram nesta sexta-feira, 9, informou a Meta, dona das redes sociais. Segundo a empresa, o motivo da remoção seria por Khamenei ter violado a política de organizações e indivíduos perigosos do aplicativo.
De acordo com esse termo, organizações ou indivíduos que proclamem uma missão violenta ou estejam envolvidos em violência não podem estar presentes no ambiente virtual. Assim, aqueles que glorificam, apoiam ou representam organizações designadas como terroristas pelo governo dos Estados Unidos também estariam em desacordo com as normas da empresa.
O Irã é acusado de armar o grupo militante palestino Hamas, designado pelo Departamento de Estado dos EUA como Organização Terrorista Estrangeira (FTO). Em 2021, o governo iraniano também foi acusado pelas autoridades americanas de financiar e treinar o grupo. Além disso, acredita-se que também tenha ajudado a armar e treinar rebeldes hutis no Iêmen, igualmente designados como grupo terrorista pelo presidente estadunidense, Joe Biden, no mês passado.
Entretanto, a empresa não deu uma razão específica pela qual a conta de Khamenei se enquadrava na política de organizações e indivíduos perigosos. Antes de ser removida, a conta principal de Khamenei no Instagram tinha mais de 5 milhões de seguidores.
Outras acusações
Nesta semana, a Microsoft revelou que “atores alinhados ao governo” iraniano lançaram uma série de ataques cibernéticos desde outubro de 2023, data do ataque do Hamas que deu início ao atual conflito com Israel, “destinados a ajudar a causa do Hamas e enfraquecer Israel e seus aliados políticos e parceiros comerciais”.
Ao todo, de acordo com o relatório publicado, houve onze operações iranianas de influência cibernética somente em outubro de 2023, em comparação com uma operação a cada dois meses em 2021. Em dezembro, hackers aliados ao Irã interromperam serviços de streaming de televisão nos Emirados Árabes Unidos, Canadá e Reino Unido e os substituíram por um vídeo que mostrava imagens de palestinos feridos e mortos nas operações militares israelenses.
“Acreditamos que a ameaça representada pelas operações cibernéticas e de influência do Irã cresça à medida que o conflito persistir”, afirmou o relatório da Microsoft Threat Intelligence. “O aumento da ousadia dos atores iranianos e afiliados ao Irã, juntamente com a crescente colaboração entre eles, pressagia uma ameaça crescente antes das eleições nos EUA em novembro”, acrescentou a Microsoft.