Em um pronunciamento de apenas cinco minutos, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira, 26, que os mercenários do grupo Wagner têm três opções: entrar para as Forças Armadas do país, retornar para suas famílias ou ir para a Belarus. O comunicado oficial ocorre poucos dias após um levante liderado pelo chefe do grupo paramilitar russo, Yevgeny Prigozhin, que terminou em um acordo de anistia para os envolvidos.
Na última sexta-feira, Prigozhin publicou um vídeo nas suas redes sociais no qual acusava o Exército russo de atacar as bases dos mercenários, ocasionando a morte de uma “grande quantidade” de combatentes da sua organização. Ele disse, ainda, que pretendia “responder a essas atrocidades” e que Moscou teria mentido sobre as motivações por trás da guerra na Ucrânia, que teve início em fevereiro do ano passado.
Em resposta, o Ministério da Defesa da Rússia abriu, no mesmo dia, um processo criminal contra Prigozhin por ter convocado uma “rebelião armada”. No sábado, contudo, o governo da Rússia informou que as acusações seriam retiradas depois que uma trégua, mediada pelo presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, teria sido estabelecida com o líder do grupo Wagner.
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Putin, que chegou a relacionar o levante a “traidores”, suavizou o discurso nesta segunda-feira. Contido, o presidente agradeceu aos comandantes paramilitares “que tomaram a única decisão certa” ao não optar pelo “derramamento de sangue fratricida“, referenciando a escolha de não invadir Moscou.
Sem mencionar o nome de Prigozhin, ele disse também que os mercenários teriam a “oportunidade de continuar servindo a Rússia firmando um contrato com o Ministério da Defesa ou outras agências de aplicação da lei, ou de retornar para sua família e amigos”, enquanto os interessados poderiam “ir para Belarus”.
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, o presidente russo teria seguido para uma reunião com os chefes das agências de segurança logo após o pronunciamento. Entre os participantes estariam “o procurador-geral Krasnov, o ministro do Interior Kolokoltsev, o ministro da Defesa Shoigu, o diretor do FSB Bortnikov, o chefe da Guarda Nacional Zolotov, o diretor do FSO Kochnev, o chefe do Comitê Investigativo Bastrykin e o chefe da administração do Kremlin Vaino”, como indica a agência russa RIA Novosti.