O menino sírio Omran Daqneesh, fotografado coberto de poeira e sangue na cidade síria de Alepo no ano passado, reapareceu na imprensa mundial saudável e vivendo com seu pai. Várias agências e canais de televisão da Síria, Líbano e Rússia gravaram entrevistas com Omran, que ainda mora na cidade síria e diz que não quer deixar seu país.
O pai de Daqneesh disse à repórter que seu filho está com boa saúde e vive bem em Alepo – agora sob controle das forças do ditador sírio Bashar Assad. Segundo ele, sua família foi ameaçada e intimidada por rebeldes após a foto de Omran ganhar popularidade mundial, e por isso precisou cortar o cabelo do menino e mudar seu nome para evitar que seja sequestrado.
Esta foi a primeira vez em que Daqneesh foi visto em público desde que foi ferido. Segundo o Instituto Síria, uma organização de pesquisa independente dedicada ao país, a família do menino pode ter sido coagida a participar das entrevistas e impedida de falar livremente.
A foto do menino ferido, sentado sozinho e com expressão de choque na traseira de uma ambulância após um ataque aéreo em Alepo circulou por todo o mundo em agosto do ano passado, ressaltando o sofrimento dos civis sitiados na região leste da cidade. O irmão mais velho de Omran, Ali, morreu devido aos ferimentos após o ataque.
A resistência dos rebeldes em Alepo terminou em dezembro, depois de anos de combates e meses de cerco e bombardeios que culminaram em uma retirada sangrenta quando os insurgentes concordaram em recuar durante um cessar-fogo. A guerra civil síria, que irrompeu em 2011, já matou aproximadamente 465 mil pessoas.
(Com Reuters)