O chefe da empresa que administra o McDonald’s na Rússia disse nesta sexta-feira, 15, em entrevista à emissora de televisão local que os produtores das famosas batatas fritas estão se recusando a fornecer o alimento para o país. Ele também alertou que estão com dificuldades na tentativa de aumentar o processamento doméstico da batata.
O McDonald’s seguiu o mesmo caminho de uma série de outras grandes marcas e anunciou o fim das atividades no território russo em resposta à invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro, e vendeu todos os seus restaurantes para um licenciado local em maio.
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Os novos estabelecimentos começaram a abrir em 12 de junho com o nome Vkusno & tochka, ou “Saboroso e pronto” e o CEO da empresa, Oleg Paroev, disse à Reuters que chegou a vender 12.000 hambúrgueres apenas no primeiro dia.
Paroev fez questão de enfatizar que os altos padrões de qualidade seriam mantidos ou até mesmo melhorados e que os consumidores não iriam notar tanta diferença em relação ao original. Desde então, o novo proprietário foi forçado a admitir que está enfrentando uma escassez de batatas fritas pelo menos até o início do outono do hemisfério Norte devido à colheitas ruins na Rússia e problemas na cadeia de suprimentos.
“O que aconteceu agora é que, devido a eventos bem conhecidos, muitas empresas estrangeiras, eu diria até que todos os principais produtores de batatas fritas, se recusaram a entregar este produto para a Rússia”, disse Paroev à emissora RBC TV.
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Ele disse ainda que as fábricas produtoras do alimento pertencem a cinco ou seis grandes empresas cujas sedes estão localizadas em países considerados pelo Kremlin como “hostis” – que aplicaram uma série de sanções devido ao conflito na Ucrânia – e, portanto, se recusaram a fornecer as batatas fritas à Rússia.
Por fim, Paroev disse que há uma escassez na colheita das batatas específicas necessárias para produzir o icônico alimento e que outros problemas podem surgir, com apenas algumas empresas capazes de processar o vegetal em território russo.