O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, atacou nesta quarta-feira, 24, a empresa de tecnologia chinesa Huawei . Pompeo disse que a companhia está perdendo espaço no mercado internacional do 5G devido à preocupação de diversos governos e indivíduos com a proteção dos dados dos usuários. Para o secretário de Estado, “cidadãos de todo o mundo estão acordando para o perigo do estado de vigilância do Partido Comunista Chinês”, disse o secretário de Estado americano, em um comunicado à imprensa.
Essa não é a primeira vez que o departamento do Estado americano dispara contra a empresa chinesa. Pompeo tem tentado frear o avanço da Huawei em diversos mercados mundiais. Em janeiro, ele sugeriu que o primeiro ministro britânico, Boris Johnson, reconsiderasse a decisão de permitir que a empresa participasse do sistema de 5G no Reino Unido.
O fundador da Huawei, Ren Zhengfei, já afirmou que jamais a empresa realizou espionagem em favor do governo chinês. A filha dele, Meng Wanzhou, vice presidente financeira da companhia, chegou a ser presa no Canadá, acusada de violar o embargo econômico imposto pelos Estados Undos ao Irã e de vender equipamentos eletrônicos para o país.
A empresa chinesa está no centro de uma disputa comercial ferrenha em torno da tecnologia de 5G, porque tem preços mais competitivos no mercado do que os concorrentes ocidentais.
No comunicado de hoje, Pompeo afirma que que os acordos da empresa chinesa com operadoras de telecomunicações no mundo estão “evaporando”, porque os “países estão permitindo apenas fornecedores confiáveis em suas redes 5G”, citando os casos de República Checa, Polônia, Suécia, Estônia, Romênia, Grécia e Dinamarca.
Sem apresentar dados concretos para sua afirmação, o secretario de Estado americano defendeu que a “maré está virando” em favor das empresas de telecomunicações que os Estados Unidos consideram “limpas”: “Vimos isso com Orange na França, Jio na Índia, Telstra na Austrália, SK e KT na Coréia do Sul, NTT no Japão e O2 no Reino Unido. Algumas semanas atrás, as três grandes empresas de telecomunicações do Canadá decidiram se associar à Ericsson, Nokia e Samsung, porque a opinião pública era predominantemente contra permitir que a Huawei construísse as redes 5G do Canadá”, afirma.
A multinacional espanhola Telefónica, dona da operadora Vivo, no Brasil, também foi mencionada pelo secretário de Estado. Pompeo fez alusão a uma declaração do CEO da empresa, José María Álvarez-Pallete, em que ele afirma que, em breve, suas marcas não usariam equipamentos de “fornecedores não confiáveis”.
“O ímpeto a favor do 5G seguro está aumentando. Quanto mais países, empresas e cidadãos perguntarem em quem devem confiar com seus dados mais sensíveis, mais óbvia a resposta se torna: não no estado de vigilância do Partido Comunista Chinês”, concluiu Pompeo.