A França entra, nesta terça-feira, 28, em seu décimo dia de protestos organizados contra a reforma da Previdência. Centenas de milhares de pessoas prometem ir às ruas, bradando contra o uso de poderes constitucionais pelo presidente Emmanuel Macron para aprovar a impopular reforma. Autoridades temem que haja confrontos violentos com a polícia.
O movimento de protestos contra o aumento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos é a maior crise doméstica do segundo mandato de Macron. Nesta terça-feira, greves afetam refinarias, coleta de lixo, transporte ferroviário, aeroportos e escolas. Autoridades em Paris e em várias cidades estão se preparando para confrontos entre a polícia e os manifestantes.
+ Previdência: as manifestações de rua que explodem na França
Os líderes sindicais pedem que Macron “dê uma pausa” nos planos de aumentar a idade de aposentadoria na França. Os manifestantes estão furiosos depois que o governo forçou a aprovação da legislação sem votação na câmara baixa do parlamento, usando um poder constitucional especial.
A crise se intensificou por causa da controvérsia sobre as táticas policiais contra as manifestações. Advogados denunciaram supostas prisões arbitrárias, ferimentos e mão pesada durante o controle da multidão.
+ Com greve nacional e 200 protestos, França contesta reforma da Previdência
Cerca de 13.000 policiais estão mobilizados em toda a França, no décimo dia de protestos em massa e greves contra as controversas reformas previdenciárias. O ministro do Interior, Gérald Darmanin, disse que o número alto – um recorde para a França – se justifica por “um grande risco à ordem pública”.
O IGPN, a unidade de assuntos internos da polícia francesa, disse que abriu 17 investigações sobre incidentes e acusações contra a polícia em toda a França nas últimas semanas.
+ Fúria popular, uma especialidade tão francesa, arrisca cabeça de Macron
Os protestos se intensificaram nos últimos dias e se transformaram em confrontos violentos na última quinta-feira. Manifestantes bloquearam vias e estradas e paralisaram o transporte público, levando ao adiamento da visita de Estado do rei Charles III à França no último fim de semana.