Um policial morreu e outros 79 foram feitos reféns durante protestos na província de Caquetá, no sul da Colômbia, nesta sexta-feira, 3. Os manifestantes pedem por melhorias na infraestrutura de ruas e estradas na região de San Vicente del Caguan.
A violência nos protestos começou na quinta-feira 2, depois que moradores bloquearam o complexo da empresa de exploração de petróleo Emerald Energy. Um civil também foi morto, enquanto nove funcionários da empresa foram capturados pelos manifestantes junto com os policiais. Os reféns foram detidos em uma sala lotada, sentados em fileiras de cadeiras e no chão.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, pediu ajuda médica à Cruz Vermelha e declarou que esperava que a situação fosse resolvida “unilateralmente”. Petro disse esperar a liberdade dos reféns antes de uma escalada da violência.
Nas redes sociais, a polícia colombiana homenageou o agente de segurança morto durante o confronto, identificado como Ricardo Arley Monroy Prieto. Na mensagem, a corporação lamentou sua morte e afirmou que “sempre o lembraremos por seu legado de coragem no cumprimento do dever”.
En el departamento de Caquetá fue asesinado el subintendente Ricardo Arley Monroy Prieto, siempre lo recordaremos por su legado de valentía ante el cumplimiento del deber. #YoApoyoMiPolicía #DiosYPatria pic.twitter.com/vaMq63kM6R
— Policía de Colombia (@PoliciaColombia) March 2, 2023
Segundo a polícia, um subgrupo dissidente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia — Exército do Povo, mais conhecidas como Farc, que rejeitou o acordo de paz de 2016, estava presente no local e pode ter iniciado o confronto. Autoridades contam que o policial foi morto em um ataque de faca, e o civil a tiros.
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Carlos Camargo, representante de direitos humanos da Colômbia, afirmou que foi até o local e impediu os manifestantes de arremessar coquetéis molotov nas instalações petrolíferas. No país, protestos próximos a operações de energia e mineração são comuns, pois a comunidade exige que empresas da área invistam em infraestrutura, incluindo estradas e escolas.
O presidente colombiano também aproveitou a quinta-feira para fazer solicitar ao procurador-geral do país para abrir uma investigação criminal sobre acusações de corrupção envolvendo seu próprio filho, Nicolas Petro Burgos, e irmão, Juan Fernando Petro Urrego. Petro não especificou quais eram as acusações, mas afirmou: “Meu governo não dará benefícios a criminosos em troca de propina”.