Um protesto de bombeiros contra a reforma da Previdência proposta pelo governo de Emmanuel Macron gerou confrontos com a polícia nesta terça-feira, 28, em Paris, na França. A prefeitura da capital afirmou pelo Twitter que duas pessoas foram presas.
Cerca de 200 a 300 bombeiros teriam saído da rota autorizada para a manifestação, na Avenida Parmentier. A polícia foi acionada, informou a prefeitura de Paris, que ainda não contabilizou o número total de manifestantes.
As autoridades explicaram que os bombeiros também não cumpriram os compromissos de não se mobilizarem com os seus uniformes de trabalho, em especial os capacetes e as roupas à prova de fogo. Alguns bombeiros chegaram a atear fogo em si mesmos de maneria controlada como forma de protesto.
A categoria reivindica a manutenção de sua aposentadoria prematura, estabelecida aos 57 anos. Em seu projeto de reforma, o presidente francês, Emmanuel Macron, pretendia estabelecer uma idade mínima universal de pelo menos 62 anos a partir de 2022 para todos os nascidos depois de 1975. Mas o governo voltou atrás com a proposta no início de janeiro.
Além da reforma previdenciária, os bombeiros defendem a correção do adicional periculosidade, conhecido como “bônus fogo”, para 28% do salário. O benefício está estagnado em 19% desde 1990.
Eles também exigem outros reajustes financeiros e medidas para combater as agressões a bombeiros. Cerca de 17% de todo o efetivo registrou queixa contra agressão em 2018, segundo o Observatório Nacional da Delinquência e Respostas Criminais, órgão associado ao governo.
Há cerca de 248.000 bombeiros na França, dos quais quase 80% são voluntários, o equivalente a 195.000 pessoas. Dentre o restante, 40.500 são profissionais e 12.500 têm um status militar especial, como os de Paris e Marselha, as duas maiores cidades do país.
Até 10.000 bombeiros já haviam se manifestado em 15 de outubro, segundo os sindicatos. A categoria também aderiu à manifestação geral de 17 de dezembro, que ao todo contou com mais de 600.000 pessoas em toda a França, segundo o ministério do Interior.
(Com EFE)