Mais de 2 milhões de muçulmanos se reuniram nesta segunda-feira (20) no Monte Arafat, a leste de Meca, na Arábia Saudita, para participar do momento mais importante da peregrinação anual à cidade.
Desde o amanhecer, os 2.368.873 de peregrinos subiram ao monte para pedir clemência a Deus, segundo as autoridades sauditas. Com as mãos para o alto, cada peregrino repetiu “Allahu Akbar” (“Deus é grande”, em árabe) antes de declarar solenemente que “o único Deus é Alá”.
Os fiéis, vestidos com túnicas brancas, iniciaram a caminhada até Meca no domingo à noite. Alguns acompanhavam parentes em cadeiras de rodas, e muitos carregavam água para o longo trajeto.
Os muçulmanos acreditam que o profeta Maomé orou e pronunciou seu último sermão, o de despedida, no Monte Arafat – Montanha da Piedade, em português.
Após a passagem pelo monte, os peregrinos seguiram para Mozdalifa para recolher pedras que serão usadas no apedrejamento das colunas que representam Satanás.
O hajj, como é conhecida a peregrinação para Meca, terminará oficialmente na terça-feira (21) com a festa do sacrifício (Eid Al Adha).
Os peregrinos sacrificarão um animal para recordar o sacrifício de Abraão, que esteve a ponto de imolar o filho quando o arcanjo Gabriel mandou que ele o substituísse por um animal. Os muçulmanos, assim como os cristãos, seguem também a Bíblia judaica.
A peregrinação a Meca é um dos cinco pilares do Islã, que todo fiel deve cumprir pelo menos uma vez em sua vida se tiver meios para isso.
Desde 1987, milhares de pessoas morreram em tumultos ou confrontos entre policiais sauditas e peregrinos iranianos – Arábia Saudita e Irã são rivais na disputa pela hegemonia no mundo islâmico.
Este ano, as autoridades sauditas proibiram qualquer manifestação de caráter político durante a peregrinação. Em 2015, o hajj teve um final trágico, quando um tumulto provocou 2.300 mortes, incluindo centenas de iranianos.
Após um ano de boicote, os iranianos retornaram a Meca em 2017 e, neste ano, 86.000 cidadãos do país devem participar na peregrinação.
(Com EFE e AFP)