Um novo carregamento de suprimentos americano chegou neste sábado 16, em Cucuta, na fronteira entre Colômbia e Venezuela. A entrega será a segunda maior ajuda internacional para os venezuelanos, muitos dos quais têm acesso escasso a alimentos e remédios, desde que o líder da oposição, Juan Guaidó, declarou-se presidente interino, desafiando o ditador Nicolas Maduro.
Guaidó, que invocou a Constituição para se declarar líder do país no mês passado, argumentou que a reeleição de Maduro em 2018 era uma farsa, disse que a ajuda entrará na Venezuela em 23 de fevereiro.
Mas ainda não está claro se Maduro, que chamou a ajuda de um show orquestrado pelos Estados Unidos e nega qualquer crise, permitirá que os suprimentos cheguem à Venezuela.
A Colômbia, cujo presidente Ivan Duque se refere a Maduro como ditador, afirmou repetidamente que a ajuda não será distribuída em seu território.
A maioria dos países ocidentais e muitos dos vizinhos da Venezuela reconheceram Guaidó como o legítimo chefe de Estado, enquanto Maduro mantém o apoio da Rússia e da China e o controle de estatais venezuelanas e das forças armadas.
A ajuda “proporcionará alívio a dezenas de milhares de venezuelanos que sofrem com a escassez severa de alimentos e remédios causada pela má administração do regime ilegítimo de Maduro”, disse a embaixada dos Estados Unidos em comunicado.
Os suprimentos, incluindo kits de higiene e produtos especiais destinados a crianças que sofrem de desnutrição, chegarão de uma base da força aérea na Flórida a bordo de aviões de carga C-17.
Voos de ajuda adicionais acontecerão nos próximos dias, acrescentou o comunicado, e os suprimentos médicos e farmacêuticos destinados aos hospitais chegarão no início da próxima semana.
A remessa de primeiros socorros, que incluía alimentos básicos e suprimentos médicos, chegou em 8 de fevereiro e está sendo armazenada em um depósito de Cucuta.
Duas pontes fora de Cucuta, que marcam a fronteira entre os dois países, estavam abertas normalmente no sábado. Uma ponte rodoviária nos arredores de Tienditas, na Venezuela, que nunca foi usada, segue bloqueada no lado venezuelano por contêineres.
Espera-se que os pacientes médicos façam um protesto em Tienditas pedindo a permissão de ajuda, enquanto partidários do governo da Venezuela nas proximidades planejavam um bloqueio em protesto contra o “intervencionismo americano”.