A Saudi Aramco, maior empresa de petróleo do mundo, está reportando queda de 44% no seu lucro líquido, de 88 bilhões de dólares em 2019 para 49 bilhões de dólares em 2020, como resultado da brutal redução da demanda por petróleo devido à pandemia do novo coronavírus. Segundo seu CEO, Amin Nasser, “2020 foi um dos anos mais desafiadores da história”. A petroleira da Arábia Saudita, cujo patrimônio ainda é 98% estatal, viu seus lucros evaporarem enquanto empresas de tecnologia americanas e chinesas cresceram em faturamento, a exemplo da Apple, que no ano fiscal de 2020 teve lucro de mais de 57 bilhões de dólares.
Mesmo com o resultado bem abaixo do obtido em anos anteriores, a Aramco se comprometeu a distribuir 75 bilhões de dólares em dividendos ao seu principal acionista, o governo saudita − valor que, somado aos royalties e impostos de praxe, eleva o desembolso da companhia para o Estado em cerca de 115 bilhões de dólares. A Arábia Saudita, assim como o Brasil e muitos outros países, enfrenta problemas de déficit fiscal por causa da queda da arrecadação e aumento de despesas na crise da Covid-19.
Para complicar, a petroleira tem sido alvo de ataques terroristas do vizinho Iêmen, que está em guerra civil há seis anos. Os insurgentes Houthis, que enfrentam o governo do Iêmen, são apoiados pelo Irã e recorrentemente buscam formas de destruir instalações da Aramco, uma vez que a companhia é importante fonte de recursos para a família real saudita.