O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta segunda-feira, 5, com o líder do Chile, Gabriel Boric, no Palácio de La Moneda, em Santiago. O encontro na capital chilena estava previsto para maio, mas foi adiado devido às enchentes do Rio Grande do Sul. Ele também participará de sessões com chefes da Câmara dos Deputados, do Senado e da Corte Suprema do Chile.
O petista tem agenda cheia. Somente com Boric, ele participará de duas reuniões: uma com ministros e outra de portas fechadas. A visita tem como objetivo ampliar a cooperação dos países em diferentes áreas, como transição energética, saúde e inovação, e estreitar a relação comercial. Lula e Boric também participarão do encerramento de um fórum empresarial, organizado pelo Itamaraty, com a ApexBrasil e a agência ProChile.
Depois do bate-papo privado e de reuniões com os chefes da Suprema Corte e do Congresso chilenos, os países assinaram 17 acordos e tratativas. No entanto, tudo ocorreu à sombra das acusações de fraude nas eleições da Venezuela, que os dois discutiram a portas fechadas. Na última segunda-feira, o CNE, órgão federal controlado pela ditadura, apontou a vitória de Nicolás Maduro, com 51% dos votos, contra 44% do candidato oposicionista, Edmundo González Urrutia.
+ Venezuela: líder da oposição agradece Lula por ‘posição firme’ em busca da verdade
A oposição, por sua vez, alega que González teria recebido 73% dos votos, enquanto Maduro teria arrematado menos de 30%. O principal ponto de questionamento é que o regime não divulgou os resultados na totalidade, sem a publicação das atas das zonas eleitorais – relatórios que reúnem informações de cada centro eleitoral.
Ainda que ambos os países tenham exigido maior transparência sobre o pleito, realizado há duas semanas, o tom adotado foi diferente. Enquanto Boric disse que os resultados eram “difíceis de acreditar” e que o Chile não reconheceria “qualquer resultado que não seja verificável”, Lula demandou a divulgação das atas eleitorais, mas atenuou ao alegar que não havia “nada de grave” no processo venezuelano.