Lula diz a chanceler russo que Brasil quer contribuir para paz na Ucrânia
Presidente recebeu Sergei Lavrov no Palácio da Alvorada nesta quinta
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta quinta-feira, 22, o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, que veio ao Brasil para participar da reunião do G20.
“Conversamos sobre agendas bilaterais, debates ocorridos no G20 e questões como uma nova governança global e o Brics”, afirmou o presidente nas redes sociais. “Reiterei que o Brasil continua disposto a colaborar com esforços para a paz na Ucrânia.” O próximo dia 24 marca dois anos da invasão russa à Ucrânia.
Segundo o Planalto, Lavrov cumprimentou Lula pela organização da reunião de chanceleres no Rio e transmitiu mensagem do presidente Putin de apoio à presidência brasileira do grupo.
O chanceler também reforçou o convite para a cúpula dos Brics, em outubro, na Rússia, e reiterou o apoio ao pleito do Brasil para ocupar assento permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Lula confirmou que irá à Rússia para a cúpula. A conversa também tratou de inteligência artificial, mudanças climáticas e pauta comercial.
G20
O Rio de Janeiro recebeu nesta quarta e quinta a reunião de chanceleres dos países do G20, bloco que reúne as maiores economias do mundo. O Brasil preside o bloco neste ano de 2024.
A guerra na Ucrânia foi citada pelo ministro Mauro Vieira durante discurso de abertura. O diplomata afirmou que o mundo atingiu um número recorde de conflitos em andamento – mais de 170, segundo ele –, enquanto tensões geopolíticas estão aumentando.
“O Brasil não aceita um mundo em que as diferenças são resolvidas pelo uso da força militar”, enfatizou Vieira, garantindo que o país está pronto para contribuir com “ideias e propostas concretas” para enfrentar os desafios apresentados pelos conflitos atuais, especialmente Rússia-Ucrânia e Israel-Hamas.
Blinken e EUA
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, e Lavrov ficaram cara a a cara no G20 em um momento em que as relações entre Washington e Moscou estão bastante tensionadas.
Além da guerra na Ucrânia, na qual os americanos tomaram partido do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, as tensões se elevaram na semana passada por conta da morte do líder opositor russo Alexei Navalny.
Questionado se teve alguma conversa com o russo, Blinken disse que não, “mas ouvi seu discurso e imagino que ele ouviu o meu”.