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Lula recusou ajudar a Ucrânia com munição para tanques de guerra

Alemanha anunciou que vai enviar tanques Leopard 2 para Kiev e pediu ao Brasil para contribuir com munições, mas governo escolheu permanecer neutro

Por Amanda Péchy, Caio Saad e Maiá Menezes
Atualizado em 27 jan 2023, 19h15 - Publicado em 27 jan 2023, 16h59

A Alemanha de Olaf Scholz anunciou, na quarta-feira 25, após pressão da União Europeia, Estados Unidos e Ucrânia, que enviaria tanques de guerra do tipo Leopard 2 para Kiev, para contribuir no combate contra a Rússia. Antes disso, contudo, no último dia 20, Berlim teria tentado negociar com Brasília para que o governo fornecesse a munição para esses tanques que seriam despachados para o campo de batalha. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no entanto, negou o pedido.

A munição, segundo apurado por VEJA, seria repassada por Berlim à Ucrânia. A decisão ocorreu durante uma reunião entre Lula, os chefes das Forças Armadas e o ministro da Defesa, José Múcio – sexta-feira dia 20 foi a véspera da demissão do comandante do Exército, Júlio Cesar de Arruda.

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, decidiu nesta semana enviar 14 tanques Leopard 2 para a Ucrânia depois que a Casa Branca confirmou que também enviaria os avançados tanques M1 Abrams.

Berlim é a fabricante dos Leopards e, com a medida, liberou também a exportação do veículo por outros países europeus que indicarem estar dispostos a fazê-lo. Ao menos 12 países no continente possuem cerca de 2.300 blindados.

Segundo dois funcionários de alto escalão militar consultados por VEJA, o presidente Lula “não quer mexer em algo que não diz respeito a ele”, especialmente tão no início do governo, já que seu mote é, como foi nas duas primeiras passagens pela presidência, o multilateralismo. Não valeria, segundo as fontes, “se meter nessa briga e se queimar”.

O Brasil, apesar de ter condenado a invasão russa de 24 de fevereiro de 2022 nas Nações Unidas, escolheu manter uma posição de neutralidade, evitando sanções contra o presidente russo, Vladimir Putin, por motivos econômicos. A agricultura brasileira é altamente dependente dos fertilizantes de Moscou – de 2018 a 2022, vendeu em média 22% do produto consumido pelos brasileiros –, e a Rússia é um grande exportador de produtos como o diesel para o país.

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