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Lula projeta aliança entre Brasil, Congo e Indonésia pelo meio ambiente

A ideia é que a aliança entre países com as maiores florestas tropicais faça estreia em novembro na COP27, no Egito, a depender da eleição brasileira

Por Da Redação Atualizado em 31 ago 2022, 16h51 - Publicado em 31 ago 2022, 13h26
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  • Assessores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão em contato com autoridades da Indonésia e da República Democrática do Congo para formar uma frente unida de países com as maiores florestas tropicais no próximo encontro das Nações Unidas para o clima, caso o petista voltar à presidência, disseram fontes à agência de notícias Reuters.

    A ideia, segundo pessoas ligadas à campanha que falaram em anonimato à agência, é que a aliança faça sua estreia em novembro na COP27, em El Sheikh, Egito. De acordo com a reportagem, o grupo pode ser posteriormente expandido e terá a missão de impulsionar resoluções para ajudar países em desenvolvimento a preservar suas florestas e pressionar países ricos a contribuir com os custos.

    + Lula encontra deputados europeus e propõe parceria para Amazônia

    À Reuters, o ex-ministro Aloizio Mercadante, à frente do programa de campanha de Lula, disse que a equipe política está especialmente focada nos detalhes de um mercado de carbono global e em maneiras de financiar conservação e desenvolvimento sustentável nas regiões de florestas tropicais.

    Segundo ele, assessores já fizeram contatos iniciais com os governos da Indonésia e da República Democrática do Congo e um encontro com um assessor do presidente congolês deve ser marcado nas próximas semanas.

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    As florestas da Amazônia, Bornéu e Congo estão ameaçadas por extração de madeira excessiva, que prejudica a biodiversidade e acelera as mudanças climáticas. Ao se unirem, segundo Mercadante, os três países podem então liderar os esforços para pressionar os países ricos a ajudar com os custos de manter as florestas.

    A ideia, no entanto, não é novidade. Em 2012, os três países derem início a diálogos para avançar em negociações internacionais envolvendo seus recursos naturais. Segundo Tosi Mpanu-Mpanu, negociador-chefe de mudanças climáticas do governo congolês, a proposta ainda faz sentido, mesmo dez anos depois.

    “Juntar as vozes traria mais peso à frente de nações do Ocidente dispostas a fornecer recursos pela proteção de florestas”, disse à Reuters. “Infelizmente, a iniciativa não ganhou muita força, principalmente porque a Indonésia não aderiu completamente à iniciativa por causa de razões políticas internas.”

    Líder isolado nas pesquisas de opinião, Lula já montou um grupo de trabalho dentro do PT para se preparar para a conferência da ONU para o clima. Segundo pesquisa XP/Ipespe publicada nesta quarta-feira, 31, o petista tem 43% dos votos, enquanto o presidente Jair Bolsonaro tem 35%.

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    Mais cedo nesta semana, Lula se encontrou em São Paulo com uma delegação de deputados do Parlamento Europeu para propor uma maneira de explorar conjuntamente a biodiversidade da Amazônia de forma sustentável.

    “Não queremos transformar a Amazônia em um santuário para a humanidade. Queremos explorar da Amazônia o que a biodiversidade pode oferecer”, disse durante o encontro, que envolveu 13 parlamentares e representantes da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas do Parlamento Europeu.

    O ex-presidente disse que o Brasil não vai “abrir mão” de sua soberania, mas que precisa de auxílio para investimentos na região, principalmente na área da ciência e tecnologia. Segundo ele, é preciso haver um direcionamento global para tratar do tema, não podendo mais ser ignorado ou visto como um assunto particular de cada país. 

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