O líder do principal partido de oposição de Taiwan anunciou uma viagem à China para se reunir com o formulador de políticas para Taiwan de Pequim. O encontro acontece em um momento de contínuas tensões entre as duas partes.
O Kuomintang (KMT) anunciou que seu vice-presidente, Andrew Hsia, partiria para a China na próxima quarta-feira, 8, e se encontraria com Song Tao, o recém-nomeado chefe do Escritório de Assuntos de Taiwan da China. O encontro vai ser uma oportunidade de dialogo entre lideranças taiwanesas e chinesas para discussão da segurança na região.
Os líderes “refletirão as últimas preocupações públicas de Taiwan sobre a segurança do Estreito de Taiwan e as expectativas de paz e estabilidade regionais”, afirmou o KMT em comunicado.
As tensões entre Pequim e Taipei estão no nível mais alto dos últimos anos, com o Exército chinês realizando regularmente grandes exercícios militares perto da ilha. Durante décadas, a linha mediana serviu como um limite informal entre as duas nações, sendo raras as incursões militares através dela.
Localizada a menos de 177 quilômetros da costa da China, a ilha é o lar de 23 milhões de pessoas. Apesar de ser governada separadamente de Pequim há mais de 70 anos, o Partido Comunista da China reivindica o poder sobre a ilha.
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A interação é um momento raro na política externa entre as duas partes. Taipei rejeita as reivindicações chinesas e afirma que políticos taiwaneses que visitam a China devem lembrar que o povo de Taiwan quer manter a democracia e a paz em seu território.
Em agosto de 2022, Hsia também visitou a China depois de Pequim fazer treinamentos de guerra perto de Taiwan para expressar repúdio a uma visita da então presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taipei.
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Desde 2016, quando foi eleita a atual presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, China e Taiwan não estão com os canas de comunicação abertos. Pequim acredita que Tsai seja uma separatista e ignora seus pedidos para que o contato seja retomado.
O KMT favorece laços estreitos com a China e defende que a linha de dialogo deve estar sempre aberta, mas nega ser pró-Pequim.
No comunicado, o partido afirmou que, considerando o momento de grande tensão entre os países, “é natural não ficar de braços cruzados”. O KMT garantiu que vai reportar a viagem ao governo quando Hsia retornar.