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Líder da ultradireita chilena cobra Brasil por coalizão contra Venezuela

'Se Maduro não deixar o poder pela via eleitoral, ele precisa sair por pressão internacional', diz Antonio Kast em fórum com Bolsonaro em SC

Por Amanda Péchy, de Balneário Camboriú
6 jul 2024, 18h15
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  • José Antonio Kast, líder do Partido Republicano do Chile, afirmou neste sábado, 6, durante a CPAC, fórum conservador intimamente ligado à família Bolsonaro cuja edição deste ano ocorre em Santa Catarina, que o Brasil precisa fazer parte de uma coalizão internacional para pressionar Nicolás Maduro, líder da Venezuela, a deixar o poder.

    O político chileno de extrema direita relembrou que a Venezuela terá eleições no dia 28 de julho, e disse que, caso Maduro não deixe o poder após o processo democrático, a comunidade internacional precisará se unir contra a “narcoditadura venezuelana”.

    “Se Maduro não deixar o poder pela via eleitoral, ele precisa sair por pressão internacional”, declarou Kast.

    “As Nações Unidas e a Organização dos Estados Americanos (OEA) devem deixar de ser mecanismos ornamentais, que fecham os olhos para a ditadura da Venezuela, como governos de esquerda”, completou, sem mencionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista é criticado tanto pela direita quanto pela esquerda por relativizar os abusos do regime venezuelano, que ele já qualificou de “narrativa”, embora tenha subido o tom com Maduro conforme se aproximam as eleições no país vizinho.

    Kast criticou abertamente, porém, seu rival político, o presidente do Chile, Gabriel Boric, esquerdista de 36 anos por quem foi derrotado no pleito de 2021.

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    “O Chile vive com medo. O narcotráfico e o crime organizado avançam sem controle, como acontece em todos os países governados pela esquerda”, disparou. “Precisamos de uma mudança radical na liderança no nosso país. A esquerda radical não entende que a segurança é um direito fundamental. Sem segurança, não há liberdade.”

    Como exemplos para a América Latina, Kast citou o projeto de combate à criminalidade do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, e Javier Milei, quem ele elogiou por estar “recuperando o progresso e a ordem na Argentina”.

    Bukele ganhou popularidade por reduzir, em poucos anos, o número de assassinatos no país famoso pela insegurança e pelas gangues a quase zero – embora com o alto custo da deterioração de instituições democráticas como o devido processo legal dos tribunais, devido a centenas de prisões sem julgamentos, e da expansão dos poderes do Executivo, pelo estado de exceção já prorrogado quase vinte vezes. Grupos de direitos também denunciam detenções de inocentes e torturas nas “megaprisões”.

    O político chileno, por fim, chamou o deputado Eduardo Bolsonaro, filho 03 do ex-presidente, de “líder do movimento conservador na América Latina”, embora o posto pareça ser cobiçado e construído por Milei. Sua posse presidencial em dezembro passado transformou Buenos Aires no epicentro da extrema direita global, e sua presença na CPAC, prevista para domingo, 7, atraiu cerca de 3 mil pessoas ao evento em Balneário Camboriú.

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