A justiça da Nicarágua condenou a 10 anos de prisão o ativista Yubrank Suazo, apontado como líder dos protestos contra o presidente Daniel Ortega em 2018.
O Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (CENIDH), do qual Suazo foi diretor, informou que o jovem de 31 anos foi acusado de “conspiração para minar a integridade nacional” e de ter espalhado notícias falsas.
Além da prisão, ele foi sentenciado por um tribunal da capital Manágua a pagar uma multa de US$ 1.500 (R$ 7815). O ativista chamou a audiência de “farsa judicial” e alegou que as autoridades violaram repetidamente as “garantias do devido processo”.
O advogado de defesa, Maynor Curtis, disse que vai recorrer da sentença.
A polícia prendeu Suazo em 18 de maio deste ano na cidade de Masaya, no sul do país. A região foi palco de manifestações contra o governo há quatro anos.
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Os protestos de 2018 foram motivados pela Reforma da Previdência decretada pelo presidente Daniel Ortega. No poder desde 2007, o chefe de Estado tem sido criticado pelo seu regime vez mais autoritário.
A repressão aos protestos deixou pelo menos 355 mortos, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Suazo é um dos 190 opositores do governo detidos na Nicarágua, segundo o Mecanismo de Reconhecimento de Presos Políticos, elaborado por organizações de direitos humanos. Entre os detidos — presos ou em prisão domiciliar — estão os sete ex-candidatos presidenciais que pretendiam concorrer às eleições de novembro de 2021.
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Os julgamentos contra os adversários começaram em fevereiro. Desde então, mais de 40 deles foram condenados a até 13 anos por conspiração, minar a integridade e outros crimes.