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Líder da Ku Klux Klan é acusado de atacar manifestantes nos EUA

Membro da KKK da Virgínia acelerou carro contra protesto do Black Lives Matter; estado foi cenário de tensões raciais em 2017, em Charlottesville

Por Da Redação
Atualizado em 9 jun 2020, 19h18 - Publicado em 9 jun 2020, 18h52
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  • Harry Rogers, um líder autodeclarado da Ku Klux Klan (KKK), movimento reacionário que defende a supremacia branca, foi preso nesta terça-feira, 9, sob suspeita de ter atacado um grupo de manifestantes no estado da Virgínia, nos Estados Unidos. Ele é acusado de ter avançado seu carro contra um protesto do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que tomou as ruas do país desde que George Floyd, um homem negro, foi assassinado por um policial branco no dia 25 de maio.

    Segundo promotores do estado, Rogers dirigiu “de forma imprudente” de encontro a um protesto na cidade de Richmond e “acelerou o motor”, indo em direção dos manifestantes. Um manifestante acabou machucado e tratado no local, de acordo com a emissora britânica BBC, e teve ferimentos graves.

    Virgínia abriu investigação de crime de ódio. Rogers compareceu ao tribunal de Richmond na segunda-feira 8, enfrentando acusações de agressão e tentativa de agressão. Ele deve retornar ao tribunal em agosto.

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    Na noite de domingo 7, um incidente parecido ocorreu quando um homem direcionou seu carro contra uma multidão de manifestantes em Seattle, sacudindo uma pistola. O suspeito está agora sob custódia. Um homem foi baleado no local e levado ao hospital, segundo a BBC.

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    Esta é a terceira semana seguida de protestos contra o racismo, em resposta à morte de George Floyd. Floyd morreu durante uma apreensão policial, quando o ex-membro das forças de Minnesota, Derek Chauvin, usou seu joelho para conter o homem, que estava desarmado, pressionando seu pescoço contra o asfalto por mais de oito minutos.

    Grandes manifestações e protestos foram realizados em várias cidades dos Estados Unidos, incluindo Richmond, Nova York, Chicago e Los Angeles. Embora alguns protestos tenham sido violentos, com episódios de saques a lojas e confrontos com a polícia, a maioria tem sido pacífica.

    Rogers disse aos policiais que era o presidente da KKK da Virginia. Caso confirmado, ele seria o membro da mais alta patente do grupo supremacista branco fora da prisão.

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    “O acusado, por sua própria admissão e por uma pesquisa em redes sociais, é um líder admitido da Ku Klux Klan e um propagandista da ideologia confederada”, disse Shannon Taylor, advogada do condado de Henrico, em Richmond. “Este ato criminoso flagrante não ficará impune. Aqui, o ódio não tem lugar sob minha vigilância”, completou

    Virgínia é cenário de tensões raciais nos Estados Unidos desde 2017. Um debate a respeito de monumentos em homenagem aos soldados confederados, em especial a estátua do general Robert Lee, desencadeou um comício nacionalista branco na cidade de Charlottesville naquele ano. De acordo com o jornal britânico The Guardian, Rogers estava presente no evento.

    Naquele comício, um homem atropelou uma multidão de manifestantes contra o nacionalismo branco, matando uma mulher. Ele foi considerado culpado de assassinato.

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    Na semana passada, em resposta aos protestos pelo assassinato de Floyd, o governador da Virgínia, Ralph Northam, anunciou que uma estátua de Robert Lee seria removida da capital do estado.

    ‘Organização terrorista’

    Também nesta terça-feira, uma petição online foi aberta nos Estados Unidos, pedindo para que a Ku Klux Klan seja considerada uma organização terrorista. O documento já tem mais de 180 000 assinaturas e afirma que o grupo supremacista “tem histórico de terrorismo, incluindo incontáveis agressões públicas e assassinatos”.

    A petição surgiu após o presidente americano, Donald Trump, ter afirmado que passaria a considerar o grupo antifascista Antifa como uma organização terrorista.

    Ku Klux Klan
    Manifestação feita por integrantes da Ku Klux Klan na Virgínia (EUA) em 2011 (Twitter/Reprodução)
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