Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Líbano ordena prisão domiciliar de autoridades do porto de Beirute

Suspeita é que a negligência com cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônio armazenado por seis anos tenha levado à enorme explosão desta terça

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 ago 2020, 14h15 - Publicado em 5 ago 2020, 14h04
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O governo do Líbano determinou nesta quarta-feira, 5, que as autoridades do porto de Beirute responsáveis pelas operações de armazenamento e segurança sejam colocados em prisão domiciliar. A suspeita é de que a negligência dessas autoridades tenha contribuído para a enorme explosão ocorrida na capital libanesa na terça-feira 4 e que matou ao menos 135 e feriu mais de 5.000 pessoas.

    Não foi informado quantas pessoas serão alvo do pedido de prisão. O número de vítimas deve aumentar nas próximas horas, pois são feitas buscas em meio aos escombros e há suspeitas de que corpos foram lançados ao mar.

    ASSINE VEJA

    Os 10 fazendeiros que mais desmatam a Amazônia
    Os 10 fazendeiros que mais desmatam a Amazônia Leia em VEJA: Levantamento exclusivo revela os campeões da destruição. Mais: as mudanças do cotidiano na vida pós-pandemia ()
    Clique e Assine

    Nas primeiras horas desta quarta, o primeiro-ministro Hassan Diab disse que cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, um material altamente explosivo, estavam estocadas em um armazém portuário pelos últimos seis anos “sem medidas preventivas”. O governo agora afirma que um curto-circuito causou incêndio e explosão em um depósito de fogos de artifício e posteriormente no armazém onde estava o produto químico.

    Continua após a publicidade

    A explosão provocou ondas de choque que estilhaçaram janelas, danificaram edifícios e fizeram estremecer o chão de toda a capital libanesa. Edifícios localizados até 10 quilômetros de distância foram danificadas e o choque foi sentido no Chipre, a cerca de 240 quilômetros de distância, e registrado como um terremoto de magnitude 3,3.

    A carga

    A explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, usado em bombas e fertilizantes, armazenadas em um hangar no porto de Beirute, levou os libaneses a se perguntar o que uma carga altamente inflamável fazia ali. Segundo a emissora árabe Al Jazeera, membros do governo libanês sabiam há mais de seis anos que a substância estava armazenada no porto de Beirute e estavam cientes dos perigos que isso representava.

    A carga de nitrato de amônio chegou ao Líbano em setembro de 2013, a bordo de um navio de propriedade russa com uma bandeira da Moldávia. O barco estava indo da Geórgia para Moçambique, afirma a reportagem da Al Jazeera.

    Continua após a publicidade

    Segundo uma reportagem de 2014 do jornal Ukrainian Sailor, o navio enfrentou problemas técnicos no caminho e foi forçado a atracar em Beirute, mas as autoridades libanesas impediram os tripulantes de desembarcar. Os funcionários ficaram presos no barco por meses, vivendo em péssimas condições e com pouca comida, já que a companhia responsável pelo carregamento não podia pagar pelos reparos.

    Por fim, a empresa negociou a libertação do navio com as autoridades libanesas. O governo local também concedeu permissão para que a carga fosse armazenada temporariamente no porto, mas os produtos nunca saíram de lá. Ao longo dos últimos anos, chefes da alfândega libanesa enviaram ao menos seis cartas à Justiça e a outras autoridades pedindo que fosse dado um destino ao material, mas não obtiveram respostas.

    Continua após a publicidade

    O presidente Michel Aoun disse estar determinado a investigar e revelar o que aconteceu o mais rápido possível, assim como responsabilizar os culpados.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.