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Lei antiaborto que rejeita incesto e estupro entra em vigor no Texas

Lei assinada em maio pelo governador Greg Abbott não faz exceção para estupro ou incesto; Suprema Corte ignorou pedido para que o projeto fosse revogado

Por Da Redação Atualizado em 1 set 2021, 15h18 - Publicado em 1 set 2021, 14h06
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  • A lei que proíbe abortos após cerca de seis semanas de gestação, período em que muitas mulheres não sabem que estão grávidas, entrou em vigor nesta quarta-feira, 1º, no Texas. A validade foi confirmada após a Suprema Corte americana ignorar pedidos de associações de direitos civis para que a lei fosse revogada.

    Sancionada em maio pelo governador do Texas, o republicano Greg Abbott, a nova legislação proíbe o aborto assim que o batimento cardíaco do feto for detectado, o que ocorre com seis semanas de gravidez.

    Essa regra não abre exceções nem para casos de estupro ou incesto, o que faz do Texas um dos estados mais difíceis para se realizar o ato. 

    Os juízes ainda podem decidir sobre o pedido, que é apenas um passo inicial no que deve se tornar uma longa batalha nos tribunais.

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    Organizações de defesa dos direitos humanos, como a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), protestaram contra a legislação. Elas  afirmam que até 90% das mulheres que realizam o ato no estado estão grávidas com mais de seis semanas. 

    Outros estados americanos tentam restringir a interrupção da gravidez, mas esbarram na decisão da Suprema Corte de 1973. Ela concede o direito a todas as mulheres entre 22 e 24 semanas de gestação. 

    A iniciativa também tem sido apontada como uma caçada aos direitos da mulher. Ela encoraja com recompensas de até 10.000 dólares a denúncia contra quem fizer aborto ilegal. 

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    Em outros estados, apenas funcionários estaduais, como promotores ou membros de departamentos de saúde, podem fazer esse tipo de queixa. 

    Médicos, funcionários de clínicas, conselheiros, pessoas que ajudaram a pagar pelo procedimento e até mesmo um motorista de Uber que tenha levado o paciente até a clínica poderão ser alvos de processos. Os demandantes não precisam ter qualquer conexão com o assunto para dar início à ação judicial. 

    A Suprema Corte irá analisar nas próximas semanas um caso envolvendo uma lei semelhante no Mississippi, que proíbe o aborto após a 15ª semana de gestação.

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    Este será o primeiro caso avaliado pela principal corte do país após o ex-presidente Donald Trump consolidar uma maioria conservadora — seis de nove membros na Corte Suprema. 

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