O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, advertiu que os atritos entre Rússia e Estados Unidos, os países maiores do mundo, são inevitáveis, em entrevista emitida neste sábado pela televisão russa. “Certamente é um grande erro criar expectativas no sentido que nossas futuras relações (com os EUA) estarão livres de contradições e divergências. Isso é impossível”, disse Peskov, que acrescentou: “Somos os maiores países do mundo e não podemos existir sem atritos nem conflitos de interesses”.
O porta-voz do Kremlin anunciou que o presidente russo, Vladimir Putin, telefonará nos próximos dias para o novo chefe de governo americano, Donald Trump, para lhe parabenizar pela posse. “É uma necessidade protocolar”, afirmou Peskov, que negou que haja algum tipo de acordo ou decisão sobre uma reunião entre os chefes de Estado.
“O sucesso do desenvolvimento das relações bilaterais (com os EUA) dependerá de quão capazes seremos de resolver as divergências sobre a base do diálogo”, comentou. Peskov classificou como míope e pouco construtiva a postura da administração de Barack Obama frente à crise da Ucrânia e acrescentou que, por enquanto, não se sabe que posição Washington adotará frente a esse problema depois da chegada de Trump à Casa Branca.
“Dentro de muito pouco tempo veremos se a posição dos EUA frente à Ucrânia muda e se esta ajuda na consecução de um acerto”, disse. Peskov defendeu a cooperação entre Moscou e Washington para conseguir uma solução pacífica ao conflito na Síria. “É evidente que sem a participação dos Estados Unidos é impossível solucionar de maneira construtiva o problema sírio”, ressaltou.
Sobre os protestos contra Trump, o porta-voz do Kremlin declarou que nos EUA se observa uma “divisão quase sem precedentes”, que, em sua visão, não ajuda a grandeza do país.
(Com agência EFE)