O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, fez seu primeiro comentário oficial sobre os contatos entre seu país e os Estados Unidos, assim como sobre a cúpula que terá no dia 27 de abril na fronteira entre as duas Coreias com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in. O ditador referiu-se ao encontro inédito com a expressão “perspectivas de diálogo”.
Kim reuniu-se com o Comitê Central do Partido dos Trabalhadores, nesta segunda-feira, e disse que há no momento “uma profunda análise e avaliação” do desenvolvimento das relações Norte-Sul e sobre “as perspectivas de diálogo” com os Estados Unidos. As informações foram divulgadas nesta terça-feira pela agência estatal norte-coreana KCNA.
A publicação do primeiro comentário oficial do líder norte-coreano sobre as conversas entre Pyongyang e Washington aconteceu poucas horas depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer que se reunirá com Kim em maio ou no início de junho, para falar sobre um acordo sobre a desnuclearização do regime.
A Coreia do Norte manifestou sua disposição a tratar do assunto, que segundo afirmou o próprio Kim durante sua reunião com o presidente da China, Xi Jinping, no mês de março em Pequim, “pode ser resolvido se a Coreia do Sul e os Estados Unidos responderem a nossos esforços com boa vontade” e “tomarem medidas progressivas e sincronizadas para sua realização”.
O líder norte-coreano também expôs no encontro “questões estratégicas e táticas que a República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país) terá de manter, incluindo a futura política de relações internacionais e a orientação que lhes corresponde”, destacou a KCNA, sem detalhar as mesmas.
A reunião do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores aconteceu dois dias antes de o parlamento norte-coreano realizar sua sessão na quarta-feira, na qual debaterá principalmente o orçamento nacional e uma reorganização de pessoal.
Cúpula das Coreias
Kim mencionou, além disso, durante a reunião de altos membros do politburo de Pyongyang, sua cúpula de 27 de abril com o presidente sul-coreano na fronteira, que precederá à de Trump.
A reunião de cúpula entre as Coreias, a terceira da história após os encontros 2000 e 2007, acontecerá na zona desmilitarizada que divide a península, concretamente em Panmunjon, a localidade em que foi assinado o armistício que encerrou a guerra da Coreia (1950-1953).
Como parte da maratona diplomática, o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, chegou segunda-feira a Moscou, depois de visitas a Pequim, Baku, capital do Azerbaijão, e outras ex-repúblicas soviéticas.
Ri também viajou no mês passado para a Suécia, que atua como mediador entre Washington e Pyongyang.
Até a confirmação de detalhes mais concretos sobre a reunião entre Kim e Trump, muitos analistas demonstram ceticismo sobre o êxito de um encontro entre duas personalidades conhecidas pelo caráter imprevisível. Além disso, o evento aconteceria sem os meses de trabalho prévio geralmente registrados para cúpulas deste tipo.
Ainda não foram divulgados aspectos como a data exata e o local da reunião. Algumas fontes apontam países como a Mongólia ou a Suécia como potenciais sedes do encontro.
(Com EFE e AFP)