O ditador norte-coreano Kim Jong-un convidou o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, a participar de uma reunião de cúpula na capital da Coreia do Norte, informaram autoridades sul-coreanas neste sábado. Se o encontro acontecer de fato, será o primeiro entre líderes coreanos em mais de 10 anos.
O convite pessoal de Kim foi entregue por sua irmã mais nova, Kim Yo-jong, durante conversas e um almoço que Moon organizou na Casa Azul da Presidência, em Seul. Yo-jong está na Coreia do Sul para acompanhar a delegação norte-coreana nos Jogos Olímpicos de Inverno.
Ainda não há confirmação oficial sobre a resposta de Moon ao convite, porém, segunda uma autoridade da Casa Azul, o presidente sul-coreano “praticamente aceitou” participar da reunião.
Kim Jong-un queria se encontrar com Moon “em uma data próxima” e Moon afirmou “vamos criar condições para fazer acontecer”, disse o porta-voz da Casa Azul, Kim Eui-kyeom, em coletiva de imprensa.
Caso a cúpula aconteça, será a terceira entre autoridades sul e norte-coreanas. Kim Jong-il, pai do atual líder norte-coreano, participou de duas reuniões em Pyongyang com os presidentes sul-coreanos Kim Dae-jung e Roh Moo-Hyun, em 2000 e 2007, respectivamente.
O encontro, contudo, poderia gerar discórdia entre Moon, partidário do diálogo com o Norte, e o presidente americano, Donald Trump, que até poucas semanas trocava insultos e ameaças apocalípticas com Kim.
Washington exige que Pyongyang mostre, antes de qualquer negociação, que está disposta a renunciar de seu programa nuclear militar. Kim, contudo, não mostrou até agora nenhuma intenção de desistir de seus avanços militares e, na quinta-feira, discursou em um desfile militar em Pyongyang, exaltando as conquistas de seu país.
Além de Kim Yo-jong, Moon recebeu no almoço deste sábado o presidente da Assembleia Suprema e número dois na escala de poder norte-coreana, Kim Yong-nam.
Segundo o gabinete presidencial, durante o almoço, Moon propôs um brinde, pedindo paz e “prosperidade mútua” para as Coreias. O presidente ainda lembrou de sua última visita à Coreia do Norte, quando ele e sua mãe puderam reencontrar sua tia norte-coreana, numa reunião temporária das famílias separadas pela guerra de 1950.
(Com Reuters, AFP e Estadão Conteúdo)