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Júri delibera sobre processo contra Trump por fraude; relembre caso

Debate, que pode durar horas ou semanas, definirá se ex-presidente dos EUA é culpado ou não por suposto esquema ilícito para encobrir affair com atriz pornô

Por Amanda Péchy
Atualizado em 30 Maio 2024, 12h28 - Publicado em 30 Maio 2024, 11h57
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  • Os doze jurados encarregados de definir o destino do ex-presidente americano Donald Trump entraram, nesta quinta-feira, 30, no segundo dia de deliberação em um tribunal de Nova York, nos Estados Unidos. Numa discussão, que pode demorar semanas, ou poucas horas, o júri vai estatuir se o republicano é ou não culpado no âmbito do caso que o acusa de realizar pagamentos a uma ex-atriz pornô, Stormy Daniels, para encobrir um affair, como parte de um esquema ilegal para não se queimar durante a corrida presidencial de 2016.

    Enquanto decorriam as deliberações, o júri enviou uma nota ao tribunal solicitando informações relacionadas ao depoimento do do ex-advogado de Trump, Michael Cohen, que ficou encarregado de fazer as transferências de dinheiro a Daniels. Os jurados também pediram para ouvir novamente as instruções do juiz responsável pelo caso, Juan Merchan, que enfatizou que a defesa do ex-presidente não era obrigada a provar a inocência de seu cliente – o ônus da prova recai sobre a acusação.

    + Julgamento por fraude contra Trump entra na fase de argumentos finais

    Merchan também lembrou aos jurados para deixarem de lado quaisquer preconceitos pessoais, algo ainda mais significativo em um caso que envolve uma das figuras mais famosas do país. O processo de escolha do júri, inclusive, foi marcado por dificuldades porque ora a defesa acusava certas pessoas de serem alinhadas demais com o Partido Democrata, do presidente Joe Biden, para julgar Trump com imparcialidade, ora a acusação descartava candidatos por os considerarem republicanos demais.

    Relembre o caso

    A ação no tribunal está ligada à descoberta de um suposto esquema ilegal durante a campanha presidencial de 2016, que levou Trump à Casa Branca, cujo objetivo seria blindar o republicano de “má publicidade” e preservar sua imagem perante o eleitorado. Um dos elementos desse esquema seria evitar que viessem à tona informações sobre um encontro sexual entre o bilionário e a atriz pornô Stormy Daniels, que havia ocorrido dez anos antes, logo após ele ter se casado com Melania.

    Segundo os promotores, Trump e sua equipe decidiram oferecer US$ 130 mil (cerca de R$ 460 mil na cotação da época) a Daniels para comprar seu silêncio sobre o affair, um acordo fechado apenas doze dias antes da eleição. Porém, ele fez isso por meio de um “aviãozinho” – seu fiel advogado e espécie de “faz-tudo”, Michael Cohen, que transferiu o dinheiro por meio de uma empresa de fachada.

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    + Trump cometeu ‘fraude eleitoral’ em 2016, dizem promotores em julgamento

    Tragédia evitada, eleição vencida. Já como presidente, Trump restituiu Cohen com uma série de cheques mensais, que vinham ou de um fundo de ativos da sua empresa, a Trump Organization, ou de sua própria conta bancária. Foram 11 cheques no total, nove dos quais o próprio republicano assinou.

    Não haveria nada de ilegal até aí. A questão é que, em registros comerciais, os gastos em cheques foram assinalados enganosamente como “despesas legais” com o advogado, Cohen. Por isso, no ano passado, o republicano foi indiciado com 34 acusações de falsificação de registros comerciais, para supostamente encobrir um pagamento.

    Segundo os promotores, a empresa do então presidente, a Trump Organization, processou cheques “disfarçados como um pagamento por serviços jurídicos prestados segundo um acordo de retenção inexistente”. Enquanto isso, ainda de acordo com a acusação, Trump tinha “a intenção de fraudar, de cometer crime, e ajudar a ocultar a prática do mesmo”.

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    Outros casos

    Contando com o processo do suborno secreto, Trump enfrenta 92 acusações criminais no total, em quatro investigações diferentes:

    Fora isso, Trump perdeu dois processos civis recentemente – um por difamar a escritora E. Jean Carroll, alegando que ela mentiu quando o acusou de tê-la estuprado, e outro por fraude, aumentando artificialmente o valor de suas propriedades em Nova York para obter negócios melhores com seguradoras e credores. Até agora, ele deve mais de 500 milhões de dólares por essas derrotas.

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