O procurador-geral e secretário de Justiça dos Estados Unidos, Jeff Sessions, se apresentou ao Senado nesta terça-feira para testemunhar em audiência pública sobre o seu possível envolvimento com funcionários russos durante a campanha de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2016. Sessions negou que tenha se encontrado com funcionários russos e classificou as acusações como uma “mentira detestável”.
“Qualquer sugestão de que participei de qualquer conluio com o governo russo para ferir este país, ao qual tive a honra de ajudar durante 35 anos, ou de que tentei escavar a integridade do nosso processo democrático é uma mentira detestável”, disse Sessions ao Comitê Judicial do Senado americano.
Sobre os rumores de que teria se reunido com o embaixador russo Sergey Kislyak em um evento em abril de 2016 no hotel Mayflower, o procurador-geral afirmou que estava presente na ocasião, porém, “não se lembra” de ter conversado com o diplomata.
Sessions, que durante a sabatina no Senado, antes de ser confirmado como secretário de Justiça, em fevereiro, havia negado ter se encontrado com autoridades russas, confirmou que encontrou Kislyak em duas outras ocasiões, na Convenção Nacional Republicana e no escritório do Senado. O procurador-geral defendeu suas declarações na época e afirmou que ficou perturbado com a pergunta, o que o levou a afirmar erroneamente que não encontrou com os russos.
“Há a afirmação de que não respondi honestamente a pergunta do senador Franken na minha audiência de confirmação. Isso é falso. Ele me fez uma pergunta incoerente com alegações dramáticas e novas acusações sobre a comunidade de Inteligência dos Estados Unidos ter avisado o presidente Trump que ‘houve uma troca contínua de informações durante a campanha entre os representantes de Trump e intermediários com o governo russo’. Eu respondi: ‘Senador Franken, não tenho conhecimento de nenhuma dessas atividades'”.
Sessions justificou sua intenção de se apresentar ao Senado, mesmo estando afastado das investigações sobre a campanha de Donald Trump, “Eu me recusei a participar de qualquer investigação sobre as campanhas do presidente, porém, não me recusei a defender a minha honra contra denúncias falsas”, disse o procurador-geral.
Durante o depoimento o procurador-geral contestou também o testemunho do ex-diretor do FBI, James Comey, ao Senado, na última quinta-feira. Sessions disse que Comey nunca deu detalhes sobre qualquer coisa “imprópria” que teria sido dita pelo presidente.