Um jardim em Paris, capital da França, foi inaugurado neste sábado com o nome de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, assassinada em 14 de março do ano passado, junto com o motorista Anderson Gomes. A homenagem, idealizada pela Rede Europeia para a Democracia no Brasil e aprovada pelo Conselho Municipal de Paris, tem como objetivo imortalizar o legado da vereadora, do PSOL, cujo trabalho era voltado à população pobre, negros, minorias e mulheres.
Antônio Francisco e Marinete da Silva, pais de Marielle, e Luyara Francisco dos Santos, filha da vereadora, estiveram presentes na inauguração do jardim suspenso, que tem 2.600 metros quadrados e está junto a Estação Gare de l’Est, uma das mais movimentadas de Paris. “É muito gratificante para a família e, especialmente, para mim, como filha, estar aqui representando o legado dela”, afirmou Luyara.
O pai de Marielle, por sua vez, aproveitou o ato para cobrar respostas sobre o crime, que ainda está sob investigação. “Tudo o que queremos é justiça para Marielle”, disse Antônio Francisco.
Alexandra Cordebard, prefeita do décimo distrito de Paris, onde está localizado o jardim, exaltou a inauguração do novo equipamento da cidade e da homenagem à Marielle. “É um espaço de harmonia e de paz entre todos”, garantiu a autoridade local.
A viúva de Marielle, Mônica Benício, não pôde participar do ato, mas enviou uma mensagem que foi lida durante a inauguração do jardim suspenso. “É fundamental que brote a verdade, como irão brotar as flores nesse jardim”, escreveu.
Na edição da semana passada, VEJA deu detalhes exclusivos do inquérito da PF que apurou tentativas de obstrução das investigações do crime: uma trama criada por um casal formado por um miliciano e por sua namorada para desviar o foco da polícia para apurar os verdadeiros mandantes.
Nesta terça-feira, 17, último dia de Raquel Dodge no comando da Procuradoria-Geral da República, a então mandatária do Ministério Público Federal anunciou em entrevista coletiva o pedido de federalização da investigação do assassinato da vereadora e de seu motorista, e uma denúncia contra Domingos Brazão, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e mais cinco pessoas por envolvimento no crime ou na tentativa de impedir a sua investigação.
Com EFE