A famosa cidade italiana de Veneza foi construída em cima de uma laguna do Mar Adriático, o que a torna a única cidade do mundo entrecortada pela água. Essa característica levou Veneza a ser uma das queridinhas dos turistas de todo o mundo.
Com o aquecimento global, essa característica única também passou a ocasionar problemas para os visitantes e administração da cidade. Com o tempo, o número de enchentes em Veneza aumentou e passou a ser mais frequente, chegando em uma inundação de 187 centímetros, a pior dos últimos cinquenta anos, em 2019. Para resolver esse problema, a administração da cidade determinou, em 2003, a construção de uma barreira na boca da laguna, que é uma das maiores obra pública em andamento no mundo.
Porém, ao contrário das enchentes e inundações, agora Veneza está enfrentando um novo problema: a seca. Semanas de inverno seco levantaram preocupações de que a Itália possa enfrentar outra seca após a emergência do verão de 2022.
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— Local Team (@localteamtv) February 20, 2023
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As marés extremamente baixas estão dificultando a movimentação das famosas gôndolas, táxis e ambulâncias aquáticos em alguns de seus canais espalhados pela cidade. Esse problema está sendo atribuído a uma combinação de fatores: falta de chuva, sistema de alta pressão, lua cheia e correntes marítimas.
Medições do nível do mar feitas no último fim de semana em Veneza indicam cerca de meio metro a menos do que o nivel normais, e alguns pontos inacessíveis por horas.
Cientistas e ambientalistas afirmam que os Alpes estão recebendo menos da metade da quantidade de neve normal, o que significa que os rios e lagos italianos estão com menos água. Segundo o grupo ambiental Legambiente, o Rio Pó, o mais longo da Itália, que nasce nos Alpes, no noroeste do país, e desemboca no Mar Adriático, tem 61% menos água do que o normal para esta época do ano.
Em julho de 2022, o país sofreu com a maior seca dos últimos 70 anos e declarou estado de emergência para as áreas ao redor do Pó. “Estamos em uma situação de déficit hídrico que vem se acumulando desde o inverno de 2020-2021”, disse o especialista em clima Massimiliano Pasqui, do instituto italiano de pesquisa científica CNR, para o jornal Corriere della Sera. “Precisamos recuperar 500 milímetros nas regiões do noroeste: precisamos de 50 dias de chuva.”
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Especialistas também alertam para os níveis de água no Lago de Garda, no norte da Itália, que chegou ao recorde de quantidade mínimo. A seca tornou possível a caminhada até a pequena ilha de San Biagio por meio de um caminho exposto no meio do lago.
O clima na Europa Ocidental está sendo dominado por um anticiclone há 15 dias, trazendo temperaturas amenas, que normalmente chegam apenas no final da primavera. Para os próximos dias, as previsões de tempo sinalizam a chegada da chuva necessária na região e da neve nos Alpes.