Israel reabre passagem comercial na fronteira com a Faixa de Gaza
Medida é alívio para economia palestina; empresários locais dizem que bloqueio interrompeu atividade de 95% da indústria
Israel reabriu nesta quarta-feira 15 a única passagem comercial na fronteira com a Faixa de Gaza. A passagem de Kerem Shalom está fechada há mais de um mês, prejudicando a economia do reduto palestino.
“Seguindo a decisão do Ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, em consulta com o chefe do Estado-Maior, tenente-general Gadi Eisenkot, a passagem de Kerem Shalom será reaberta nesta manhã para sua atividade completa”, informou o Exército, em um comunicado no começo da manhã.
Além disso, o comunicado militar acrescenta que “a zona de pesca designada para a Faixa de Gaza se expandirá para nove milhas náuticas”. Anteriormente, as atividades pesqueiras só podiam ser realizadas pelos palestinos em um perímetro de três milhas náuticas.
As medidas são um alívio para a economia da Faixa de Gaza, muito afetada pelo fechamento há mais de um mês do único cruzamento por onde entram mercadorias.
A passagem comercial foi fechada em resposta ao lançamento de balões e pipas incendiárias de Gaza para o território israelense. A ação vem se repetindo desde março e provocou incêndios e danos em plantações e fazendas do sul de Israel.
As autoridades israelenses fecharam as importações para Gaza através de Kerem Shalom no dia 9 de julho, e permitiam apenas a passagem de bens humanitários, como alguns alimentos e remédios.
Segundo empresários locais, o bloqueio causou o fechamento de plantas industriais e desemprego em cerca de 95% do setor. Eles alertaram para o fato de que essa situação aumenta “os índices de pobreza” na Faixa de Gaza. A região já vive uma situação econômica grave após anos de conflito com Israel.
O governo israelense e o Hamas, que controla Gaza, mantêm um tênue cessar-fogo desde 2014, frequentemente posto à prova por atos hostis de ambas as partes.
Desde o fim de março, as manifestações de palestinos na Faixa de Gaza contra o bloqueio israelense e para exigir o direito de retorno dos palestinos expulsos de suas terras com a criação de Israel, em 1948, criaram pretextos para conflitos sangrentos.
Nas últimas semanas, a tensão aumentou em torno de Gaza, de onde milícias palestinas dispararam cerca de 200 foguetes contra Israel, que respondeu com bombardeios sobre posições militares do grupo islâmico Hamas. Três palestinos morreram nos ataques.
(Com EFE)