O Conselho de Segurança das Nações Unidas rejeitou nesta quarta-feira, 18, a proposta do Brasil para a guerra Israel–Hamas.
A proposta brasileira recebeu 12 votos a favor, um contra e duas abstenções. Como o voto contrário foi dos Estados Unidos, com direito a veto devido ao status de membro permanente do Conselho, o texto foi rejeitado.
A resolução brasileira condena os “ataques terroristas atrozes do Hamas” e exige a “imediata e incondicional libertação de todos os reféns civis, demandando por sua segurança, bem-estar e tratamento humano em conformidade com o direito internacional”.
A carta também propõe o retorno da provisão de energia, água, combustível e alimentos a Faixa de Gaza, interrompida em meio ao “cerco total” imposto pelo governo de Israel, além de pedir “pausas humanitárias”.
O representante permanente do Brasil nas Nações Unidas, embaixador Sergio Danese, condenou o que chamou de “paralisia” do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
“Mais uma vez, o Conselho de Segurança é marcado por inação”, afirmou ele.
A reunião que ocorreu nesta quarta estava prevista, na verdade, para terça-feira 17. A VEJA, o Itamaraty informou que ela foi adiada por “proposta da Presidência, por encomenda dos membros”, não se tratando de uma “proposta individual do Brasil”, que ocupa a presidência rotatória do órgão desde 1° de outubro.
Os Estados Unidos justificaram que o texto brasileiro não falava em nenhum momento do “direito de Israel de autodefesa” e afirmaram que preferem aguardar o retorno do presidente americano, Joe Biden, de Tel Aviv, para bater o martelo.
O chefe da Casa Branca foi a Israel para reuniões com o premiê, Benjamin Netanyahu, e autoridades do governo para ampliar o apoio ao Estado judeu e negociar a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Na manhã desta quarta-feira, o Brasil apresentou um novo projeto de resolução que amenizou alguns aspectos anteriores, na esperança de evitar um veto dos Estados Unidos ou da Rússia.
O texto original, por exemplo, pedia a “imediata rescisão da ordem de evacuação de civis e funcionários da ONU de todas as áreas de Gaza ao norte de Wadi Gaza”. Na nova versão, a palavra “imediata” foi retirada, num esforço para atender aos americanos.
Entrando no 11º dia de conflito no Oriente Médio, não está claro quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas vai aprovar uma resolução.