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Israel exige que 100 mil palestinos deixem Rafah diante de possível ataque

Cidade no sul de Gaza abriga mais de 1 milhão de pessoas deslocadas pela guerra; iminente invasão israelense gerou avalanche de críticas internacionais

Por Da Redação
Atualizado em 8 Maio 2024, 13h57 - Publicado em 6 Maio 2024, 09h00
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  • As Forças de Defesa de Israel (FDI) ordenaram nesta segunda-feira, 6, que cerca de 100 mil palestinos começassem a deixar Rafah, no sul da Faixa de Gaza, sinalizando que uma esperada invasão terrestre ao local poderia ser iminente. A possibilidade de uma operação ampla na cidade que abriga mais de 1 milhão de pessoas, muitas deslocadas do norte do enclave devido à guerra, gerou uma avalanche de críticas internacionais no último mês pelo risco de um elevado número de mortes de civis – e por complicar ainda mais as negociações com o grupo terrorista palestino Hamas por um cessar-fogo.

    O tenente-coronel Nadav Shoshani, um porta-voz do exército, disse que cerca de 100 mil pessoas receberam ordens por meio de panfletos lançados de aviões, mensagens de texto e transmissões de rádio para se encaminharem a uma zona humanitária próxima chamada Muwasi – um campo de refugiados improvisado, criado por Israel, com tendas ao longo da costa.

    Ele acrescentou que o governo israelense publicou um mapa da área de evacuação, e que expandiu a ajuda humanitária para o campo de Muwasi, incluindo hospitais de campanha, tendas, alimentos e água. Shoshani afirmou ainda que Israel prepara uma “operação de alcance limitado” em Rafah, e não se comprometeu a indicar se este será o início de uma invasão mais ampla da cidade.

    Reduto do Hamas

    O exército de Israel disse em publicação no X, antigo Twitter, que agiria com “força extrema” contra os militantes e instou a população de Rafah a deixar a região imediatamente para sua segurança.

    Segundo o exército israelense, Rafah é o último reduto significativo do Hamas após sete meses de guerra, defendendo que a invasão é necessária para derrotar os terroristas que desencadearam o conflito atual com um ataque a Israel em 7 de outubro do ano passado. Na madrugada desta segunda-feira, o Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse ao Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, que não tinha escolha senão invadir a cidade de Gaza.

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    Reações

    A agência das Nações Unidas que atende os refugiados palestinos, a UNWRA, afirmou que não cumpriria a ordem de retirada dos civis. Juliette Touma, diretora de comunicações do órgão, que tem milhares de funcionários na cidade, disse que não tem planos de realizar nenhuma operação para esvaziar a área.

    Já Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês para os Refugiados, condenou a ordem de evacuação “forçada e ilegal” e a ideia de que os palestinos deveriam ir para Muwasi. “A área já está sobrecarregada e desprovida de serviços vitais”, justificou.

    Cerca de 1,4 milhões de palestinos – mais de metade da população de Gaza – estão encurralados em Rafah e nos seus arredores. A maioria deles fugiu das suas casas no norte do enclave para escapar dos ataques de Israel, e grande parte habita acampamentos lotados e abrigos das Nações Unidas, e dependem das remessas de auxílio internacional para obter alimentos.

    Além disso, a passagem de Rafah, no Egito, principal ponto de transferência de ajuda humanitária para Gaza, encontra-se na zona de evacuação. Por enquanto, o posto na fronteira continua aberto, mas não está claro até quando isso será possível.

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