Após o Conselho de Segurança das Nações Unidas adotar uma resolução que exige um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza durante o Ramadã, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, emitiu um comunicado nesta terça-feira, 26, afirmando que chamou de volta seus negociadores do Catar, onde mediadores tentam costurar um acordo entre Tel Aviv e o Hamas.
Além do gabinete convocar a delegação que viajou ao Catar na semana passada para as tratativas, lamentou os “danos” causados pela votação das Nações Unidas pela aprovação da resolução. “Israel não cederá às exigências delirantes do Hamas”, disse o texto, acrescentando que o grupo terrorista palestino “não está interessado” em negociar.
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Segundo o jornal israelense The Times of Israel, uma fonte do governo afirmou que “não há ninguém com quem conversar do outro lado”, e que “a equipe de negociação israelense não tem nada a fazer no Catar”.
Cessar-fogo mais distante
O Hamas também rejeitou a última proposta de acordo, segundo um comunicado publicado na segunda-feira 25, alegando que Israel não concorda com um “cessar-fogo abrangente, uma retirada da Faixa, o regresso das pessoas deslocadas e uma verdadeira troca de prisioneiros”.
O grupo exige que os soldados israelenses abandonem completamente o território de Gaza durante um possível cessar-fogo.
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Briga com aliados
Também nesta terça-feira, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, alegou que o Hamas teria sido encorajado a rejeitar o acordo devido à votação no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Segundo ele, a aprovação da resolução pelo fim imediato dos combates teria passado a mensagem de que o grupo palestino “não precisa se apressar”, uma vez que a pressão internacional estava recaindo apenas sobre Israel.
Além da exigência de um cessar-fogo imediato – a primeira vez que o conselho usou essa linguagem – a resolução aprovada na segunda-feira pedia ainda a libertação de todos os reféns israelenses. A proposta também foi a primeira a não ser vetada pelos Estados Unidos, China ou Rússia. Em resposta, Benjamin Netanyahu cancelou uma viagem que dois de seus ministros fariam a Washington, D.C.