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Israel alerta sobre possibilidade de ‘guerra total’ contra o Hezbollah

Ameaça ocorreu após a facção libanesa publicar um vídeo indicando que pode atingir instalações militares e civis em território israelense

Por Da Redação
Atualizado em 19 jun 2024, 15h10 - Publicado em 19 jun 2024, 08h58
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  • Israel fez um alerta na noite de terça-feira 18 sobre a possibilidade de uma “guerra total” contra a facção libanesa Hezbollah. Ambos lados trocam disparos pela fronteira entre o norte do território israelense e o sul do Líbano desde o início da guerra em Gaza, mas ainda não há um conflito nessa escala na região. A ameaça ocorreu depois do grupo xiita publicar um vídeo de 9 minutos, supostamente gravado por um drone, mostrando localizações militares e civis israelenses em várias cidades israelenses.

    “Estamos chegando muito perto do momento de decidir mudar as regras do jogo contra o Hezbollah e o Líbano”, disse o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, em um comunicado no X. “Em uma guerra total, o Hezbollah será destruído, e o Líbano, severamente espancado”, acrescentou.

    O vídeo

    Partes das imagens do Hezbollah, filmadas durante o dia, alegavam mostrar Krayot, um aglomerado de cidades residenciais “altamente povoadas” perto de Haifa e 28 km ao sul da fronteira com o Líbano, junto com shoppings e prédios. Outras alegaram mostrar um complexo militar perto de Haifa, pertencente ao fabricante de armas israelense Rafael – incluindo baterias do Domo de Ferro (sistema antimísseis que protege o país). O vídeo também exibiu o que afirmou serem barcos militares, navios e depósitos de armazenamento de petróleo no porto de Haifa.

    O Hezbollah afirmou que o vídeo foi o “primeiro episódio”, sugerindo que mais vídeos surgiriam nas profundezas do território israelense.

    Na sua resposta, Katz também sublinhou as repercussões globais de qualquer potencial ataque a Haifa. “(O secretário-geral do Hezbollah, Hassan) Nasrallah está hoje se gabando de ter fotografado os portos de Haifa, que são operados por grandes empresas internacionais da China e da Índia, e ameaçando danificá-los”, disse ele.

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    O prefeito de Haifa, Yona Yahav, descreveu o vídeo como “terror psicológico” e exigiu um plano de proteção para sua cidade, criticando os comandantes das Forças de Defesa de Israel (FDI) por não terem visitado o local desde o ataque do Hamas em 7 de outubro.

    “Exijo que o governo apresente um plano para a defesa massiva de Haifa e encontre uma solução militar para eliminar a ameaça representada pelo norte”, disse Yahav à estação de rádio israelita Reshet Bet.

    Prontidão tensa

    Os Estados Unidos e seus aliados há meses tentam alertar o Hezbollah, um movimento islâmico apoiado pelo Irã e com uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio, contra a escalada do conflito em Israel. Nesta semana, Washington despachou o enviado especial Amos Hochstein a Israel e ao Líbano para um esforço diplomático. No entanto, as tensões têm aumentado nas últimas semanas.

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    A divulgação das imagens do Hezbollah ocorre no momento em que os militares israelenses afirmam que “aprovaram e validaram” planos operacionais para uma ofensiva no Líbano e tomaram decisões sobre como aumentar a prontidão dos soldados na região. Os documentos receberam a chancela do chefe do Comando Norte e do chefe da Direção de Operações, disseram as FDI em comunicado.

    A aprovação dos planos operacionais, porém, não significa que uma guerra entre Israel e o Hezbollah seja iminente. Ainda assim, sinaliza que o governo israelense pretende estar preparado para tal cenário.

    Conflito na fronteira

    O Hezbollah, aliado do Hamas, disparou mais de 5 mil foguetes, mísseis e drones contra o norte de Israel desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro, alegando que os ataques são em solidariedade com o povo palestino. No ano passado, a facção libanesa disse que só vai parar as investidas quando as forças israelenses deixarem Gaza.

    Por sua vez, Israel realizou centenas de ataques contra o Líbano e retirou aproximadamente 60 mil pessoas de um raio de 2 km da fronteira norte. Mais de 90 mil libaneses também fugiram das suas casas na região.

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