Israel afirmou que enviou tanques, soldados e escavadeiras blindadas para a Faixa de Gaza em um “ataque direcionado” durante a noite da última quarta-feira, 25. Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), a incursão “eliminou terroristas”, bem como destruiu “infraestruturas e postos de lançamento de mísseis antitanque”, antes de uma retirada organizada do enclave.
O porta-voz das FDI, Daniel Hagari, disse que a incursão terrestre durou “várias horas” e nenhum soldado israelense ficou ferido. A operação teria sido uma “preparação para as próximas etapas do combate”.
“Através do ataque eliminamos terroristas, neutralizamos ameaças, desmantelamos explosivos, neutralizamos emboscadas”, disse Hagari.
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Poucas horas antes, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, havia declarado em televisão nacional que o país “está no meio de uma campanha pela existência”, e que os preparativos para uma guerra por terra estavam “em andamento”.
A guerra começou depois que militantes do grupo terrorista palestino Hamas invadiram comunidades do sul de Israel, deixando um rastro de 1.400 pessoas mortas. Outras 222 pessoas, segundo autoridades israelenses, foram feitas reféns e levadas para dentro de Gaza.
Em retaliação, Tel Aviv iniciou uma campanha de bombardeios que, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, matou mais de 7 mil palestinos, principalmente civis. O dado não pôde ser verificado por órgãos independentes.
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Mesmo assim, analistas afirmam que o número de mortos deve aumentar caso o exército israelense invada o enclave palestino por terra. A Anistia Internacional apelou por um cessar-fogo imediato para garantir “o acesso à ajuda vital para as pessoas em Gaza no meio de uma catástrofe humanitária sem precedentes”.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, grande aliado de Israel, se juntou aos apelos para que o país “proteja civis inocentes” e siga as “leis da guerra” enquanto persegue os alvos do Hamas. Líderes dos 27 membros da União Europeia também debateram se deveriam apelar por uma “pausa humanitária” no conflito.
Netanyahu, porém, não enfraqueceu o discurso e afirmou que Israel estava “fazendo chover fogo do inferno sobre o Hamas” e matando “milhares de terroristas”. Ele disse que a ofensiva terrestre terá objetivo de “eliminar” o grupo palestino e trazer de volta os reféns capturados, mas se recusou a dar informações sobre quando nem como ela se dará.
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Na quarta-feira 25, o premiê israelense também reconheceu pela primeira vez que teria de explicar as falhas de segurança expostas pela invasão do Hamas, em 7 de outubro.
“A culpa será examinada e todos terão que dar respostas, inclusive eu”, afirmou. “Mas tudo isso acontecerá mais tarde.”