O Exército de Israel admitiu nesta quarta-feira, pela primeira vez, que bombardeou e destruiu um reator nuclear em construção em Deir Zor, no nordeste da Síria, no ano de 2007, segundo informações de fontes militares.
“Em setembro de 2007, caças da Força Aérea israelense destruíram um reator nuclear na Síria, na chamada operação ‘Out of the Box‘, que seguiu uma longa e complexa inteligência e esforços operacionais, eliminando uma ameaça nuclear contra o Estado de Israel e contra toda a região”, disse um comunicado do Exército.
A nota é muito incomum, já que Israel geralmente não costuma reconhecer os ataques na Síria que lhes são atribuídos, exceto se eles estiverem em clara autodefesa, em reação a um ataque do outro lado da fronteira, ou contra comboios de armas dirigidas da Síria para a milícia xiita libanesa Hezbollah.
O ataque aconteceu na noite entre os dias 5 e 6 de setembro e um reator foi destruído. Segundo a nota, o equipamento estava em “estado avançado de construção na região de Deir Zor, a 450 quilômetros de Damasco“.
O projeto foi detectado em 2004, através da inteligência de várias forças de segurança, que não são mencionadas. Na época, chegaram às forças de segurança informações de que estrangeiros, que eles acreditavam ser a Coreia do Norte, estavam ajudando a Síria com um projeto nuclear. A inteligência então descobriu que se tratava de um reator com previsão de funcionamento para o fim de 2007.
O presidente Síria, então, Bashar-Al Assad acusou Israel de bombardeios no que informou ser “construções militares não utilizadas”. Por ter assinado o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, a Síria poderia ter um reator para fins energéticos, mas precisava notificar a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Agora, o atual chefe do Estado Maior, tenente-general Gadi Eizenkot, destacou que seu país “não permitirá o estabelecimento de capacidades que ameacem a existência de Israel. Essa foi a nossa mensagem em 2007, essa continua sendo a nossa mensagem hoje e continuará sendo a nossa mensagem no futuro próximo e distante”. O jornal israelita Haaretz aponta que foi “uma das operações mais bem-sucedidas do exército israelense”.
(Com EFE)