A primeira-ministra da Islândia, Katrín Jakobsdóttir, se juntou a dezenas de milhares de mulheres em uma greve contra a desigualdade salarial entre homens e mulheres no país. As grevistas, inclusive a premiê, faltaram ao trabalho nesta terça-feira, 24.
“Não trabalharei hoje, e espero que todas as mulheres [no gabinete] também o façam”, disse Jakobsdóttir, afirmando que o governo está trabalhando em uma análise sobre como as profissões dominadas por mulheres são vistas pela sociedade em comparação com os campos tradicionalmente dominados por homens.
O “kvennafrí”, ou dia de folga das mulheres, foi convocado em protesto contra salários mais baixos para as mulheres e a violência de gênero. A paralisação marcou a primeira greve feminina de um dia inteiro na Islândia desde 1975.
Militantes dos direitos das mulheres encorajaram-nas a evitar qualquer trabalho, remunerado ou não, incluindo tarefas domésticas. Setores do país dominados pelo público feminino, como saúde e educação, foram especialmente afetados pela manifestação.
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Algumas creches e escolas foram fechadas, enquanto as que permanecem abertas oferecem serviços reduzidos. Museus, bibliotecas municipais e zoológicos também tiveram o funcionamento afetado.
De acordo com o Sindicato dos Professores da Islândia, as mulheres constituem a maioria dos professores em todos os níveis do sistema educativo, incluindo 94% dos professores de jardim de infância. Cerca de 80% dos funcionários do Hospital Universitário Nacional da Islândia, o maior do país, são mulheres.
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A Islândia foi classificada como o melhor país do mundo em igualdade de gênero pelo Fórum Econômico Mundial (FEM) durante 14 anos consecutivos com uma pontuação global de 91,2%. Porém, especialistas afirmam que o país não é um “paraíso da igualdade”.
“Ainda existem disparidades de gênero e uma necessidade urgente de ação”, disse Freyja Steingrimsdottir, uma das organizadoras da greve.
Esse protesto em favor das mulheres não é inédito na Islândia. Considerado “o primeiro passo para a emancipação das mulheres”, em 1975, cerca de 90% da força de trabalho feminina do país entrou em greve para demonstrar sua importância para a economia. O protesto levou o parlamento do país a aprovar uma lei de igualdade salarial no ano seguinte.